quarta-feira, 29 de março de 2017

7os anos: Os três textos seguintes são os contos citados em nossa aula.
Bom trabalho!
Um abraço,
Profa. Cida

Natal na barca
Lygia Fagundes Telles

Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu.

O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.

Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.

Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal.

A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.

— Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

— Mas de manhã é quente.

Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

— De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

— Quente?

— Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?

Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

— Mas a senhora mora aqui perto?

— Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje...

A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era sereno.

— Seu filho?

— É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem, mas piorou de repente. Uma febre, só febre... Mas Deus não vai me abandonar.

— É o caçula?

Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo, mas o olhar tinha a expressão doce.

— É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito... Tinha pouco mais de quatro anos.

Joguei o cigarro na direção do rio e o toco bateu na grade, voltou e veio rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

— E esse? Que idade tem?

— Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro: — Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado... A última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.

Levantei-me. Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. E agora não tinha forças para rompê-los.

— Seu marido está à sua espera?

— Meu marido me abandonou.

Sentei-me e tive vontade de rir. Incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta porque agora não podia mais parar, ah! aquele sistema dos vasos comunicantes.

— Há muito tempo? Que seu marido...

— Faz uns seis meses. Vivíamos tão bem, mas tão bem. Foi quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, me falou nela fazendo uma brincadeira, a Bila enfeiou, sabe que de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito? Não tocou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda fez assim com a mão, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me deu um adeus através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio... Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.

Olhei as nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido, via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma certa irritação me fez andar.

— A senhora é conformada.

— Tenho fé, dona. Deus nunca me abandonou.

— Deus — repeti vagamente.

— A senhora não acredita em Deus?

— Acredito — murmurei. E ao ouvir o som débil da minha afirmativa, sem saber por quê, perturbei-me. Agora entendia. Aí estava o segredo daquela segurança, daquela calma. Era a tal fé que removia montanhas...

Ela mudou a posição da criança, passando-a do ombro direito para o esquerdo. E começou com voz quente de paixão:

— Foi logo depois da morte do meu menino. Acordei uma noite tão desesperada que saí pela rua afora, enfiei um casaco e saí descalça e chorando feito louca, chamando por ele! Sentei num banco do jardim onde toda tarde ele ia brincar. E fiquei pedindo, pedindo com tamanha força, que ele, que gostava tanto de mágica, fizesse essa mágica de me aparecer só mais uma vez, não precisava ficar, se mostrasse só um instante, ao menos mais uma vez, só mais uma! Quando fiquei sem lágrimas, encostei a cabeça no banco e não sei como dormi. Então sonhei e no sonho Deus me apareceu, quer dizer, senti que ele pegava na minha mão com sua mão de luz. E vi o meu menino brincando com o Menino Jesus no jardim do Paraíso. Assim que ele me viu, parou de brincar e veio rindo ao meu encontro e me beijou tanto, tanto... Era tamanha sua alegria que acordei rindo também, com o sol batendo em mim.

Fiquei sem saber o que dizer. Esbocei um gesto e em seguida, apenas para fazer alguma coisa, levantei a ponta do xale que cobria a cabeça da criança. Deixei cair o xale novamente e voltei-me para o rio. O menino estava morto. Entrelacei as mãos para dominar o tremor que me sacudiu. Estava morto. A mãe continuava a niná-lo, apertando-o contra o peito. Mas ele estava morto.

Debrucei-me na grade da barca e respirei penosamente: era como se estivesse mergulhada até o pescoço naquela água. Senti que a mulher se agitou atrás de mim

— Estamos chegando — anunciou.

Apanhei depressa minha pasta. O importante agora era sair, fugir antes que ela descobrisse, correr para longe daquele horror. Diminuindo a marcha, a barca fazia uma larga curva antes de atracar. O bilheteiro apareceu e pôs-se a sacudir o velho que dormia:

- Chegamos!... Ei! chegamos!

Aproximei-me evitando encará-la.

— Acho melhor nos despedirmos aqui — disse atropeladamente, estendendo a mão.

Ela pareceu não notar meu gesto. Levantou-se e fez um movimento como se fosse apanhar a sacola. Ajudei-a, mas ao invés de apanhar a sacola que lhe estendi, antes mesmo que eu pudesse impedi-lo, afastou o xale que cobria a cabeça do filho.

— Acordou o dorminhoco! E olha aí, deve estar agora sem nenhuma febre.

— Acordou?!

Ela sorriu:

— Veja...

Inclinei-me. A criança abrira os olhos — aqueles olhos que eu vira cerrados tão definitivamente. E bocejava, esfregando a mãozinha na face corada. Fiquei olhando sem conseguir falar.

— Então, bom Natal! — disse ela, enfiando a sacola no braço.

Sob o manto preto, de pontas cruzadas e atiradas para trás, seu rosto resplandecia. Apertei-lhe a mão vigorosa e acompanhei-a com o olhar até que ela desapareceu na noite.

Conduzido pelo bilheteiro, o velho passou por mim retomando seu afetuoso diálogo com o vizinho invisível. Saí por último da barca. Duas vezes voltei-me ainda para ver o rio. E pude imaginá-lo como seria de manhã cedo: verde e quente. Verde e quente.

Texto extraído do livro “Para gostar de ler – Volume 9 – Contos”, Editora Ática – São Paulo, 1984, pág. 67.

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Lygia Fagundes Telles e sua obra visitando "Biografias".

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Natal na Ilha do Nanja
Cecília Meireles

Na Ilha do Nanja, o Natal continua a ser maravilhoso. Lá ninguém celebra o Natal como o aniversário do Menino Jesus, mas sim como o verdadeiro dia do seu nascimento. Todos os anos o Menino Jesus nasce, naquela data, como nascem no horizonte, todos os dias e todas as noites, o sol e a lua e as estrelas e os planetas. Na Ilha do Nanja, as pessoas levam o ano inteiro esperando pela chegada do Natal. Sofrem doenças, necessidades, desgostos como se andassem sob uma chuva de flores, porque o Natal chega: e, com ele, a esperança, o consolo, a certeza do Bem, da Justiça, do Amor. Na Ilha do Nanja, as pessoas acreditam nessas palavras que antigamente se denominavam "substantivos próprios" e se escreviam com letras maiúsculas. Lá, elas continuam a ser denominadas e escritas assim.

Na Ilha do Nanja, pelo Natal, todos vestem uma roupinha nova — mas uma roupinha barata, pois é gente pobre — apenas pelo decoro de participar de uma festa que eles acham ser a maior da humanidade. Além da roupinha nova, melhoram um pouco a janta, porque nós, humanos, quase sempre associamos à alegria da alma um certo bem-estar físico, geralmente representado por um pouco de doce e um pouco de vinho. Tudo, porém, moderadamente, pois essa gente da Ilha do Nanja é muito sóbria.

Durante o Natal, na Ilha do Nanja, ninguém ofende o seu vizinho — antes, todos se saúdam com grande cortesia, e uns dizem e outros respondem no mesmo tom celestial: "Boas Festas! Boas Festas!"

E ninguém pede contribuições especiais, nem abonos nem presentes — mesmo porque se isso acontecesse, Jesus não nasceria. Como podia Jesus nascer num clima de tal sofreguidão? Ninguém pede nada. Mas todos dão qualquer coisa, uns mais, outros menos, porque todos se sentem felizes, e a felicidade não é pedir nem receber: a felicidade é dar. Pode-se dar uma flor, um pintinho, um caramujo, um peixe — trata-se de uma ilha, com praias e pescadores ! — uma cestinha de ovos, um queijo, um pote de mel... É como se a Ilha toda fosse um presepe. Há mesmo quem dê um carneirinho, um pombo, um verso! Foi lá que me ofereceram, certa vez, um raio de sol!

Na Ilha de Nanja, passa-se o ano inteiro com o coração repleto das alegrias do Natal. Essas alegrias só esmorecem um pouco pela Semana Santa, quando de repente se fica em dúvida sobre a vitória das Trevas e o fim de Deus. Mas logo rompe a Aleluia, vê-se a luz gloriosa do Céu brilhar de novo, e todos voltam para o seu trabalho a cantar, ainda com lágrimas nos olhos.

Na Ilha do Nanja é assim. Árvores de Natal não existem por lá. As crianças brincam com  pedrinhas, areia, formigas: não sabem que há pistolas, armas nucleares, bombas de 200 megatons. Se soubessem disso, choravam. Lá também ninguém lê histórias em quadrinhos. E tudo é muito mais maravilhoso, em sua ingenuidade. Os mortos vêm cantar com os vivos, nas grandes festas, porque Deus imortaliza, reúne, e faz deste mundo e de todos os outros uma coisa só.

É assim que se pensa na Ilha do Nanja, onde agora se festeja o Natal.

Texto extraído do livro “Quadrante 1”, Editora do Autor – Rio de Janeiro, 1966, pág. 169.
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O RETRATO OVAL


(Edgar Allan Poe)

O château em que meu criado se arriscara a forçar entrada, em vez de me deixar, em minha desesperadora condição de ferido, passar uma noite ao relento, era uma daquelas construções mesclando melancolia e grandeza que por muito tempo carranquearam entre os Apeninos, tanto na realidade quanto na imaginação da Sra. Radcliffe. Ao que tudo indicava, fora abandonado havia pouco e temporariamente. Acomodamo-nos num dos quartos menores e menos suntuosamente mobiliados, que ficava num remoto torreão do edifício. Sua decoração era rica, porém esfarrapada e antiga. As paredes estavam forradas com tapeçarias e ornadas com diversos e multiformes troféus heráldicos, juntamente com um número inusual de espirituosas pinturas modernas em molduras de ricos arabescos dourados. Por essas pinturas, que pendiam das paredes não só de suas principais superfícies, mas de muitos recessos que a arquitetura bizarra do château fez necessários; por essas pinturas meu delírio incipiente, talvez, fizera-me tomar interesse profundo; de modo que ordenei a Pedro fechar os pesados postigos do quarto – visto que já era noite – acender as chamas de um alto candelabro que se encontrava à cabeceira de minha cama e abrir amplamente as cortinas franjadas de veludo negro que a envolviam. Desejei que tudo isso fosse feito para que pudesse abandonar-me, ao menos alternativamente, se não adormecesse, à contemplação das pinturas e à leitura atenta de um pequeno volume encontrado sobre o travesseiro, que se propunha a criticá-las e descrevê-las.
Por longo, longo tempo li, e com devoção e dedicação contemplei-as. Rápidas e gloriosas, as horas voaram e a meia-noite profunda veio. A posição do candelabro me desagradava, e estendendo a mão com dificuldade, em vez de perturbar meu criado adormecido, ajeitei-o a fim de lançar seus raios de luz mais em cheio sobre o livro.
Mas a ação produziu um efeito completamente imprevisto. Os raios das numerosas velas (pois eram muitas) agora caíam num nicho do quarto que até o momento estivera mergulhado em profunda sombra por uma das colunas da cama. Assim, vi sob a luz vívida um quadro não notado antes. Era o retrato de uma jovem, quase mulher feita. Olhei a pintura apressadamente e fechei os olhos. Não foi a princípio claro para minha própria percepção por que fiz isso. Todavia, enquanto minhas pálpebras permaneciam dessa forma fechadas, revi na mente a reação de fechá-las. Foi um movimento impulsivo para ganhar tempo para pensar – para me certificar de que minha vista não me enganara – para acalmar e dominar minha fantasia para uma observação mais calma e segura. Momentos depois, novamente olhei fixamente a pintura.
O que agora eu via, certamente não podia e não queria duvidar, pois o primeiro clarão das velas sobre a tela dissipara o estupor de sonho que me roubava os sentidos, despertando-me imediatamente à realidade.
O retrato, já o disse, era o de uma jovem. Uma mera cabeça e ombros, feitos à maneira denominada tecnicamente de vinheta, muito ao estilo das cabeças favoritas de Sully. Os braços, o busto e as pontas dos radiantes cabelos se dissolviam imperceptivelmente na vaga mas profunda sombra que formava o fundo do conjunto. A moldura era oval, ricamente dourada e filigranada à mourisca. Como objeto artístico, nada poderia ser mais admirável do que aquela pintura em si. Mas não seria a elaboração da obra nem a beleza imortal daquela face o que tão repentinamente e com veemência comoveu-me. Tampouco teria minha fantasia, sacudida de seu meio-sono, tomado a cabeça pela de uma pessoa viva. Vi logo que as peculiaridades do desenho, do vinhetado e da moldura devem ter dissipado instantaneamente tal idéia – e até mesmo evitado sua cogitação momentânea. Pensando seriamente acerca desses pontos, permaneci, talvez uma hora, meio sentado, meio reclinado, com minha vista pregada ao retrato. Enfim, satisfeito com o verdadeiro segredo de seu efeito, caí de costas na cama. Descobrira o feitiço do quadro numa absoluta naturalidade de expressão, a qual primeiro espantou-me e por fim me confundiu, dominou-me e me aterrorizou. Com profundo e reverente temor, recoloquei o candelabro na posição anterior. Sendo a causa de minha profunda agitação colocada assim fora de vista, busquei avidamente o volume que tratava das pinturas e suas histórias. Dirigindo-me ao número que designava o retrato oval, li as vagas e singulares palavras que se seguem:

“Era uma donzela de raríssima beleza, não mais encantadora do que cheia de alegria. Má foi a hora em que viu, amou e desposou o pintor. Ele, apaixonado, estudioso, austero, e tendo já em sua Arte uma esposa; ela, uma donzela de raríssima beleza, não mais encantadora do que cheia de alegria; toda luz e sorrisos, e travessa como uma corça nova; amando e acarinhando todas as coisas; odiando apenas a Arte, sua rival; temendo só a paleta, os pincéis e outros desfavoráveis instrumentos que a privavam do rosto do amado. Era, portanto, uma coisa terrível para essa dama ouvir o pintor falar de seu desejo de retratar justo sua jovem esposa. No entanto, ela era humilde e obediente, e posou submissa por muitas semanas na escura e alta câmara do torreão, onde a luz caía somente do teto sobre a pálida tela. Mas ele, o pintor, glorificava-se com sua obra, que continuava hora após hora, dia após dia. E era um homem apaixonado, impetuoso e taciturno, que se perdia em devaneios; de maneira que não queria ver que a luz espectral que caía naquele torreão isolado debilitava a saúde e a vivacidade de sua esposa, que definhava visivelmente para todos, exceto para ele. Contudo, ela continuava a sorrir imóvel, docilmente, porque viu que o pintor (que tinha grande renome) adquiriu um fervoroso e ardente prazer em sua tarefa e trabalhava dia e noite para pintar a que tanto o amava, aquela que a cada dia ficava mais desalentada e fraca. E, em verdade, alguns que viram o retrato falaram, em voz baixa, de sua semelhança como de uma poderosa maravilha, e uma prova não só da força do pintor como de seu profundo amor pela qual ele pintava tão insuperavelmente bem. Finalmente, como o trabalho se aproximava da conclusão, ninguém mais foi admitido no torreão, pois o pintor enlouquecera com o ardor da obra, raramente desviando os olhos da tela, mesmo para olhar o rosto da esposa. Não queria ver que as tintas que espalhava na tela eram tiradas das faces da que posava junto a ele. E quando muitas semanas nocivas se passaram e pouco restava a fazer, salvo uma pincelada na boca e um tom nos olhos, o espírito da dama novamente bruxuleou como a chama no bocal da lâmpada. Então, a pincelada foi dada e o tom aplicado, e, por um momento, o pintor se deteve extasiado diante da obra em que trabalhara. Porém, em seguida, enquanto ainda a contemplava, ficou trêmulo, muito pálido e espantado, exclamando em voz alta: ‘Isto é de fato a própria Vida!’ Voltou-se repentinamente para olhar a amada: – Estava morta!”


(Tradução de Marcelo Bueno de Paula)

terça-feira, 28 de março de 2017



Como fazer resenha de um filme?







As resenhas em geral compõem-se de elementos básicos que caracterizam esse gênero. São eles:

* Contexto \ Expansão do contexto:

São as informações que vão além do filme. Conta sobre outros filmes já feitos pelos atores e diretores, relaciona o filme com outros filmes e aborda a vida pessoal do elenco.

* Informações básicas

Refere-se à parte técnica do filme: nome, duração, elenco, direção, roteiro, gravadora...

* Descrição resumida

É o resumo do filme. É quando o enredo é anunciado ao leitor da resenha.

* Juízos de valor

Os juízos de valor são os posicionamentos expressos pelo resenhista ao longo de seu texto. Podem ser críticas positivas ou negativas, mas que acabam por recomendar, ou não, o filme para o leitor.

* Argumento

O argumento é a justificativa referente ao juízo de valor proferido. Em uma resenha não é suficiente dizer que gosta ou não gosta, é preciso justificar a opinião com argumentos.


Modelo de resenha:
Resenha do filme: Lisbela e o prisioneiro
LISBELA E O PRISIONEIRO é uma comédia romântica e conta a história divertida do malandro, aventureiro e conquistador Leléu (Selton Mello, de A Invenção do Brasil, O Auto da Compadecida, Lavoura Arcaica), e da mocinha sonhadora Lisbela (Débora Falabella, de O Clone, Dois Perdidos em uma Noite Suja), que adora ver filmes americanos e sonha com os heróis do cinema.

Lisbela está noiva e de casamento marcado, quando Leléu chega à cidade. O casal se encanta e passa a viver uma história cheia de personagens tirados do cenário nordestino: Inaura, uma mulher casada e sedutora (Virginia Cavendish, de O Cravo e a Rosa, Dona Flor e seus Dois Maridos) que tenta atrair o herói; um marido valentão e "matador", Frederico Evandro (Marco Nanini, de Carlota Joaquina - Princesa do Brasil, O Auto da Compadecida); um pai severo e chefe de polícia, Tenente Guedes (André Mattos, de Como Nascem os Anjos); um pernambucano com sotaque carioca, Douglas (Bruno Garcia, de Os Maias, O Quinto dos Infernos), visto sob o prisma do humor regional; e um "cabo de destacamento", Cabo Citonho (Tadeu Mello, de Xuxa e os Duendes, O Cupido Trapalhão), que é suficientemente astuto para satisfazer os seus apetites.
Lisbela e Leléu vão sofrer pressões da família, do meio social e também com as suas próprias dúvidas e hesitações. Mas, em uma reviravolta final, cheia de bravura e humor, eles seguem seus destinos. Como a própria Lisbela diz, a graça não é saber o que acontece. É saber como acontece. Quando acontece.
Apesar da história se passar no nordeste brasileiro, os dramas destas personagens, suas aflições e sonhos são universais. Não se trata, portanto, de um filme regionalista, embora se utilize com inteligência dos recursos interessantes que uma história nordestina pode trazer, como o colorido das paisagens, o sotaque alegre e algumas tradições regionais.
Mesmo as personagens mais caricatas, como o Cabo Citonho, vivido por Tadeu Mello, funcionam com todos os seus trejeitos sem forçar a barra para ser engraçado. De modo geral, a escolha do elenco foi muito acertada: Selton Mello tem a mistura certa da doçura com a malandragem. Débora Falabella está perfeita no papel, com alegria, pureza e beleza transbordantes. Bruno Garcia sempre uma carta na manga do diretor, do popular ao irritante num pulo. Virginia Cavendish, uma das mentoras do projeto, linda, sensual e provocante, bem diferente da sua personagem boa moça de "O Auto da Compadecida". André Mattos já provou ser mais do que carismático e Marco Nanini fecha tudo com chave de ouro. Seu vilão cruel de olhos vermelhos e cabelos crespos dá o equilíbrio que a história exige, sem se tornar pesada demais.
Disponível em:


terça-feira, 14 de março de 2017

Texto de "Os Saltimbancos"-( Eletiva dos Professores Laércio e Cida)


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Os saltimbancos – Texto completo
Textos e Musicas: Luiz Enriquez e Sérgio Bardotti
Versionista: Chico Buarque de Holanda
01 – Bicharia
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
O animal é tão bacana, mas também não é nenhum banana
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Quando a porca torce o rabo, pode ser o diabo, ora vejam só
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Era uma vez, é ainda
Certo país, é ainda
Onde os animais eram tratados como bestas, são ainda, são ainda
Tinha um barão, tem ainda
Espertalhão, tem ainda
Nunca trabalhava, então achava a vida linda, e acha ainda, e acha ainda
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
O animal é paciente , mas também não é nenhum demente
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Quando o homem exagera, bicho vira fera, ora vejam só
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Puxa jumento, só puxava
Choca galinha, só chocava
Rápido cachorro guarda casa, corre e volta , só corria, só voltava
Mas chega um dia, chega um dia
Que o bicho chia, bicho chia
Bota pra quebrar e quero ver quem paga o pato, pois vai ser um saco de gato
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
O animal é tão bacana, mas também não é nenhum banana
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Quando a porca torce o rabo, pode ser o diabo e ora vejam só
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, COCOROCÓ.
Jumento – Oi… eu sou o jumento ! Não sou bichinho de estimação não ! Sou jumento e pronto ! Também conhecido como jegue . Me botaram pra trabalhar na roça a vida inteira . Trabalhar feito um jumento pra no fim … nada ! Nenhum capinzinho fresquinho , nem uma cenourinha , só grama ! Grama seca !Vai ver que é por isso que de vez em quando me chamam de burro . Ahhhhhhhh mais eu nem ligo ! Sabe que o outro dia , eu tava subindo uma ladeira , carregando um peso danado nas costas , me aparece um cara e grita assim :
anda logo , o mula preguiçosa ! Ahhhhhhhh não ! Ai eu parei ! Parei porque preguiçosa vá lá , mais MULA ? É de mais ! Resolvi da no pé ! Tomei a estrada que leva a cidade , e fui seguindo naquela escuridão , naquela humilhação , naquela solidão que  nem sei … Olha , eu não sou disso não sabe … mais naquela hora me deu uma vontade danada de chorar , e chorar e chorar aos soluços ! E eu pensava com os meus borbotões … :
02 – O Jumento

Jumento não é
Jumento não é
O grande malandro da praça
Trabalha, trabalha de graça
Não agrada a ninguém
Nem nome não tem
É manso e não faz pirraça
Mas quando a carcaça ameaça rachar
Que coices, que coices
Que coices que dá
O pão, a farinha, o feijão, carne seca
Quem é que carrega? Hi-ho
O pão, a farinha, o feijão, carne seca
Limão, mexerica, mamão, melancia
Quem é que carrega? Hi-ho
O pão, a farinha, o feijão, carne seca
Limão mexerica, mamão, melancia
A areia, o cimento, o tijolo, a pedreira
Quem é que carrega? Hi-ho
Jumento não é
Jumento não é
O grande malandro da praça
Trabalha, trabalha de graça
Não agrada a ninguém
Nem nome não tem
É manso e não faz pirraça
Mas quando a carcaça ameaça rachar
Que coices, que coices
Que coices que dá
Hi-hooooooooo
Jumento – Pois é … aonde é que eu estava mesmo ? Ah , estava indo pra cidade , e fazer o que na cidade ? Bom , eu pensava que , quando alguém não sabe fazer mais nada , mais nada mesmo na vida , hoje em dia pode virar artista , músico . Hoje todo mundo canta ! Como dizem aqueles que não sabem cantar ! Então , eu estava ali andando , quando derepente quem é que eu vejo estendido no barranco da estrada? Um pobre cachorro coitado ! Todo esfarrapado . Parecia até que tinha acabado de chegar da guerra !
Cachorro – Au … Au … Me dá meu osso ! Meu osso ! Ladrão ! Ladrão! Ladrão !
Jumento – Ele estava dormindo … E tinha sonhos terríveis! pesadelos de cão ! Cachorro ! Fiu … Fiu … Cachorro acorda !
Cachorro – É pra já , é pra já senhor , senhor , senhor , senhor !
Jumento – Nossa ! O que aconteceu com você ?
Cachorro– Eu tô fugindo !
Jumento – Da guerra ?
Cachorro – Guerra ? Pior que isso meu chapa ! Eu tô fugindo é da fazenda onde eu trabalhava . O meu patrão , é um aproveitador ! Me atormentava o dia inteiro ! Entra cachorro, pega isso , abana o rabo , deita , levanta . UFA ! Eu não agüentava mais !
03 – Um Dia de Cão

Apanhar a bola-la
Estender a pata-ta
Sempre em equilíbrio-brio
Sempre em exercício-cio
Corre, cão de raça
Corre, cão de caça
Corre, cão chacal
Sim, senhor
Cão policial
Sempre estou
Às ordens, sim, senhor
Bobby, Lulu
Lulu, Bobby
Snoopy, Rocky
Rex, Rintintin
Lealdade eterna-na
Não fazer baderna-na
Entrar na caserna-na
O rabo entre as pernas-nas
Volta, cão de raça
Volta, cão de caça
Volta, cão chacal
Sim, senhor
Cão policial
Sempre estou
Às ordens, sim, senhor
Bobby, Lulu
Lulu, Bobby
Snoopy, Rocky
Rex, Rintintin
Bobby, Lulu
Lulu, Bobby
Snoopy, Rocky
Estou às ordens
Sempre, sim, senhor
Fidelidade
À minha farda
Sempre na guarda
Do seu portão
Fidelidade
À minha fome
Sempre mordomo
E cada vez mais cão
Jumento– Opa calma , calma companheiro calma ! Eu não quero ser o seu patrão ! Não quero ser o seu patrão !
Cachorro – O que ? O senhor não quer ser meu patrão ?
Jumento – Claro que não ! Deixa disso ! Eu sou um pobre coitado como você ! Sou um pau de arara .
Cachorro – Ah sim . Seu pau de arara . As suas ordens . Em que posso servi-lo ? Onde quer que eu o leve ?
Jumento – Eu não quero que me leve a lugar nenhum ! Eu estou indo a cidade … procurar emprego como músico . Ahhhhhhhhhh você podia me acompanhar ! E assim poderemos formar um Duo . Já imaginou ? Dois animais cantando juntos ?

                                                         ¯¯¯

Jumento e Cachorro – Acho que vai ser a maior sensação !!!
                                                           ¯¯¯

Cachorro – UFA ! “Andamo pra Burro !”
Jumento – O que ?
Cachorro – Ai , ai … desculpa seu asno ! Ou jumento … ou cavalo … Eu acho que dois animais cantando juntos , vai ser muito bom !
Galinha – PÓPÔPÔPÔPÔPÔPÓPÓPÓPÓ
Galinha – Três animais cantando juntos vai ser mais fantástico ainda !
Jumento – Uma Galinha…!
Cachorro –  Bom Dia vossa galinência!!!
Galinha – Có Có Como vão companheiros?
Jumento –Já vi tudo… fugiu também, né?!
Galinha – Então não?!
 Cachorro –  Porque?
Galinha –  Sabe… eu vivia numa fazenda linda, cheia de plantas… rodeada por todos os meus pintinhos….até que um dia o meu patrão rabugento resolveu matar os meus pintinhos e a mim também…me fazendo de canja de Galinha!!!
Jumento e Cachorro – Ohhhhh!
04 – A Galinha
Todo ovo
Que eu choco
Me toco
De novo
Todo ovo
É a cara
É a clara
Do vovô
Mas fiquei
Bloqueada
E agora
De noite
Só sonho
Gemada
A escassa produção
Alarma o patrão
As galinhas sérias
Jamais tiram férias
“Estás velha, te perdôo
Tu ficas na granja… (Obrigada !!!!)
Em forma de canja”
Ah!!! é esse o meu troco
Por anos de choco???
Dei-lhe uma bicada
E fugi, chocada
Quero cantar
Na ronda
Na crista
Da onda
Cocorococoró
Pois um bico a mais
Só faz mais feliz
A grande gaiola
Do meu país
Pois um bico a mais
Só faz mais feliz
A grande gaiola
Do meu paísϱCocorococoró (Oba!)
Todo ovo
Que eu choco
Me toco
De novo
Todo ovo
É a cara
É a clara
Do vovô
Jumento e Cachorro – Bravo… bravo! (palmas)
Cachorro – Bravíssimo !!!
Jumento – Bom, já que você quer ser uma cantora…
Cachorro– Pode entrar no nosso conjunto! Alias, pensando bem… Você com a sua voz … e eu com a minha  …  Podemos fazer um du altamente sensacional!
# Cachorro e Galinha ficam cantando…
Jumento – Ah meu Deus!!!
Ah está bom…está bom, está bom! Já chega!
Já chegaaaa!!! Bom, já que encontrei vocês dois que tal me ajudar a formar uma corrente bem forte? Pois afinal de contas agora nós somos três!
¯¯¯

Galinha –  UFA! “Andamo pra Burro!”
Jumento – O que?
Galinha – Há há… desculpa sr. Jumento?! Eu acho que três animais cantando juntos vai dar o maior pé né cachorro!
Gata – Miauuuu
Gata – Que tal quatro?
Cachorro – Eu acho que eu ouvi um gatinho… Quem que falou? Quem que ta ai?
Gata – Sou eu…uma gatinha!
Cachorro – Uma gata? Au au au au au
Galinha – Pó pó pó pó…
Jumento – Para! Para com isso! Para com isso!!!
Cachorro – É…É… pra já … é pra já … sim senhor! Sim senhor! Sim senhor! Sim senhor!
Jumento – Onde já se viu… tratar um semelhante seu dessa maneira?! Que coisa horrível! Ela é um animal, como você!
Cachorro – Ahhh….isso não! Desde que me conheço por bicho, todo cachorro tem raiva de gato! Isso é uma tradição. O meu avô por exemplo….detestava gatos! E onde ele estivesse não aparecia nenhum gato! Que Deus o tenha!  He he he, e o meu pai então… sempre foi conhecido como o maior caçador de felinos… a minha mãe…puxa, a minha mãe… nem se fala!
Jumento – Chega ! Chega ! Ahhhhhhh …. pelo jeito vai ser difícil domar esse cachorro que acha normal seguir uma tradição , que gostava de maltratar o seu próprio semelhante! Primeira lição do dia : O melhor amigo do bicho , é o Bicho ! Galinha ?
Galinha – O melhor amigo do Bicho , é o Bicho !
Jumento – Cachorro ?
Cachorro – O melhor amigo do Bicho , é o Bicho !
Todos – O melhor amigo do Bicho , é o Bicho !
Jumento – Muito bom ! Gatinha … pode chegar mais .
Gata – Hummmmmm , obrigada Jumento !
Galinha – É … nós estamos indo para a cidade …. nós vamos fazer um conjunto ! Você canta também é ?!
Gata – Canto ! É … infelizmente .
Todos – Porque infelizmente ?
Gata – Ai , é que cantar me custou muitíssimo !!!
Galinha – Ah conta amiga ! Conta Tudo que eu quero saber ! Conta tudo !
Jumento – É … conta … conta !
Cachorro – Au … Conta !
                                                             ¯¯¯
Gata – Sabe … eu vivia dentro de um apartamento , enclausurada ! A minha patroa ? Iiiiiiiiiiii minha patroa não queria que eu saísse de casa por nada nesse mundo ! é pra não pegar um resfriado . Sabe … no início até que eu consegui entender  … mais depois … iiiii depois foi me dando uma solidão … aí ? aí eu fui a cantar com a gataria que  por ali passava fazendo serenatas … puxa gente , foi tão maravilhoso ! Pela primeira vez na vida eu tinha me sentido : LIVRE ! Como todos animais devem se sentir . Aí … mais quando eu voltei pra casa …
Jumento – Que , que houve ?
Galinha – Que , que houve ?
Cachorro – Que , que houve ?
05 – História de Uma Gata
Bem….
Me alimentaram
Me acariciaram
Me aliciaram
Me acostumaram
Ah….Ah…
O meu mundo era o apartamento
Detefon, almofada e trato
Todo dia filé-mignon
Ou mesmo um bom filé… de gato
Me diziam, todo momento:
Oh! Hanne…
Fique em casa, não tome vento
Mas é duro ficar na sua
Quando à luz da lua
Tantos gatos pela rua
Que de noite vão cantando assim:
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás
De manhã eu voltei pra casa (Miauuu)
Fui barrada na portaria
Sem filé e sem almofada (Porquê?)
Por causa da cantoria
Mas agora o meu dia-a-dia
É no meio da gataria
Pela rua virando lata
Eu sou mais eu, mais gata
Numa louca serenata
Que de noite vai cantando assim:
Nós, gatos, já nascemos pobres
Porém, já nascemos livres
Senhor, senhora, senhorio
Felino, não reconhecerás
Felino, não reconhecerás (Miauuu)
Felino, não reconhecerás (Miauuu)
Felino, não reconhecerás (Miauuu)
Todos – Bravo ! Bravo ! (Palmas)
Gata – Obrigada !
                                                            ¯¯¯
Gata – UFA ! “Andamo pra Burro!”
Jumento – O que ?
Galinha – Presta Atenção oh !
Cachorro – É … presta atenção Oh !
Gata – Ai …. me desculpa senhor jumento ?!
Jumento – Pois é pessoal , naquela altura da estrada , nós já éramos quatro amigos ! O cachorro um pouco orgulhoso , mais logo , logo o seu orgulho acaba  e ele e a gata serão grandes amigos ! Só tem uma coisa que me preocupa : É que eles não fazem a menor idéia do que seja a cidade grande ! Estão com cada ilusão . Coisa de Loooouuuuccccoooo!
06 – A Cidade Ideal
CACHORRO
A cidade ideal do cachorro

Tem um poste por metro quadrado

Não tem carro, não corro, não morro

E também nunca fico apertado
GALINHA
A cidade ideal da galinha

Tem as ruas cheias de minhoca

A barriga fica tão quentinha

Que transforma o milho em pipoca
CRIANÇAS
Atenção porque nesta cidade

Corre-se a toda velocidade

E atenção que o negócio está preto

Restaurante assando galeto
BICHOS
Mas não, mas não

O sonho é meu e eu sonho que

Deve ter alamedas verdes

A cidade dos meus amores
HOMENS
E, quem dera, os moradores

E o prefeito e os varredores
MULHERES
Fossem somente crianças
BICHOS
Deve ter alamedas verdes

A cidade dos meus amores
MULHERES
E, quem dera, os moradores

E o prefeito e os varredores

E os pintores e os vendedores
HOMENS
Fossem somente crianças
GATA
A cidade ideal de uma gata

É um prato de tripa fresquinha

Tem sardinha num bonde de lata

Tem alcatra no final da linha
JUMENTO
Jumento é velho, velho e sabido

E por isso já está prevenido

A cidade é uma estranha senhora

Que hoje sorri e amanhã te devora
CRIANÇAS
Atenção que o jumento é sabido

É melhor ficar bem prevenido

E olha, gata, que a tua pelica

Vai virar uma bela cuíca
BICHOS
Mas não, mas não

O sonho é meu e eu sonho que

Deve ter alamedas verdes

A cidade dos meus amores
CORAL
E, quem dera, os moradores

E o prefeito e os varredores

E os pintores e os vendedores
GALINHA
Fossem somente crianças
BICHOS
Deve ter alamedas verdes

A cidade dos meus amores
CORAL 1
E, quem dera, os moradores
CORAL 2
E o prefeito e os varredores
CORAL 3
E os pintores e os vendedores
CORAL 4
As senhoras e os senhores
CORAL 5
E os guardas e os inspetores
TODOS
Fossem somente crianças
Jumento – Bom , já que vamos formar um conjunto , temos que dar um nome a ele !
Gata – Eu já sei !
Jumento – E qual é ?
Gata – A gata maravilhosa , e seus bluquetes !
Cachorro – Ah! Nada disso, o sua gata egoísta!
Num país democrático todos tem o direito de dar as suas opiniões, e eu já tenho as minha!
Gata – E quais são?
Cachorro – Eu vou explicar! Presta atenção, hein?!
Jumento, gata, cachorro, galinha….querem ver?
JUGACAGA!!!
Gata – Hahahaha
Galinha – Que cachorro mais bobagento! Esse nome não vai dar certo não!
Cachorro – AH!!! Calma Aí dona galinha! É só trocar as posições: Gata, Jumento, Cachorro, Galinha! Querem ver?
GAJUCAGA!!!
Gata e galinha – Hahahahahaha
Jumento – Ah, chega, chega, chega! Eu tenho um plano melhor….eu tenho um plano muito melhor! Deixa eu dar uma olhada aqui  no meu dicionário, deixa eu ver…¯ Ah, já sei… SALTIMBANCOS!!!
Galinha – Ah não! Não…. não contem comigo hein ! Assaltando bancos?… NEM MORTA!!!
Jumento – Não dona Galinha! Não é assaltando bancos! É Saltimbancos!
Gata– Humm… pra mim deu na mesma… O que que é isso?
Cachorro – E, gata Burra!
Ai, Ai… desculpa seu burro, jumento, galinha, tamanduá, pipoca! Hehehe
Jumento –  Olha está escrito aqui, está aqui ó :
Saltimbanco é aquele que luta para ser bom músico.
Cachorro – Somos nós!
Galinha – Exatamente!
Gata – Somos Nós!
Jumento –  Então vamos começar os ensaios?
Cachorro – É vamos lá Sr. Maestro!
Galinha e Gata – Vamos, Vamos!
Jumento – Todos vocês conhecem as notas?
Cachorro – Lógico! E, e, e, eu por exemplo , e , e, e , eu conheço uma!
Jumento – Ótimo !
Gata – Eu por exemplo conheço duas !
Jumento – Hummmmmm muito bem ! E você galinha ?
Galinha – É , é , é , é dá dá dá um tempo né maestro ! São tantas ! Ahhhhh umas trinta e nove .
Cachorro – Hahahahahahahaha
Jumento – Ah , em pensar que o Burro aqui sou eu . Mais vamos ao trabalho ! Eu dou as notas e cada um de vocês canta , está bem ?
Todos – Está bem , vamos lá !
Jumento – Dó …
Gata – Dó . Do bi , do bá , escaragadádádá , do bi , do bi , do bi , do bá !
Cachorro – Ré … reze uma prece Ave Maria !
Galinha – Mi … ai me segura que eu vou Ter um troço ! ai me segura que eu vou Ter um troço !
Gata – Fá … é pra fazer farofa , pra fazer farofa !
Jumento – Ah não acredito !
Cachorro – Sol … Solocú , amar … como eu amei … Solocú …
Galinha – Lá … lava roupa todo dia que agunia !
Gata – Si … Se você fosse sincera … ôôôôôôôôô Alrora …
Jumento – Chega ! Chega ! Chega ! Ah , está bem já vi tudo ! Vamos desistir !
Gata – Ah não ! não , não podemos !
Galinha – Ah não seu maestro , a gente só tava brincando um pouquinho !
Jumento – Brincando galinha ? Desde que cada um de nós resolvemos tomar a decisão de ser livre , o negócio aqui não é pra ser brincadeira . E outra … música é um assunto muito sério!
Gata – Miau … Ah , jumento … vamos tentar só mais uma vez ?!
Jumento – Vamos lá … vamos ver como é que vai essa afinação .
                                                            ¯¯¯
Jumento – ótimo ! Ótimo ! Muito bom ! Muito bem ! Agora vamos em seus lugares,   concentrem-se  … Vamos cantar !
07 – Minha Canção
CORAL
Dorme a cidade

Resta um coração

Misterioso

Faz uma ilusão

Soletra um verso

Lavra a melodia

Singelamente

Dolorosamente

Doce a música

Silenciosa

Larga o meu peito

Solta-se no espaço

Faz-se a certeza

Minha canção

Réstia de luz onde

Dorme o meu irmão
GATA
Dorme a cidade
GATA
Resta um coração
JUMENTO
Misterioso
JUMENTO
Faz uma ilusão
GALINHA
Soletra um verso
GALINHA
Lavra a melodia
CACHORRO
Singelamente
CACHORRO
Dolorosamente
BICHOS
Doce a música

Silenciosa

Larga o meu peito

Solta-se no espaço

Faz-se a certeza

Minha canção

Réstia de luz onde

Dorme o meu irmão
CORAL + GATA
Dorme a cidade
CORAL + GATA
Resta um coração
CORAL + JUMEN
Misterioso
CORAL + JUMEN
Faz uma ilusão
CORAL + GALIN
Soletra um verso
CORAL + CALIN
Lavra a melodia
CORAL + CACHOR
Singelamente
CORAL + CACHOR
Dolorosamente
BICHOS
Doce a música

Silenciosa

Larga o meu peito

Solta-se no espaço

Faz-se a certeza ( BIS GALINHA)

Minha canção       ( BIS GALINHA)

Réstia de luz onde

Dorme o meu irmão
08 – A Pousada do Bom Barão

BICHOS
Vamos tratar uma hospedagem

Pra descansar e seguir viagem
GATA
Olha que linda aquela pensão

Se chama “Pousada do bom barão”
JUMENTO
Para mim, esse nome, não sei não
GALINHA
Já tou por aqui de tanto barão
GATA
Mas vamos, mas vamos, não custa tentar

É só pruma noite e depois se mandar
CACHORRO
Ai, ai, ali tem uma placa

Que cheira a uma bruta urucubaca
BICHOS
Proibida a entrada

Exijo gravata e dados pessoais

Proibido aos mendigos e aos animais

Ahhhhhhhhhhhhhh!!!
JUMENTO
Puxa, puxa, que desacato

Eu, afinal, sou jumento ou rato?
CACHORRO
Poxa, poxa, que desrespeito

Se duvidar, eu entro no peito
GALINHA
Cacilda, cacilda, que bela tramóia

Já tava pensando n’aquela  bóia
GATA
Que bode, que bode, mas isso é o fim

Parece que todos estão contra mim
CRIANÇAS
Tentem olhar ali pela janela

Quem sabe não tem ninguém dentro dela

E se for assim vocês podem entrar

Fazer uma boca e depois se arrancar
JUMENTO
Puxa, puxa, o que é que eu tou vendo?

Vivendo e aprendendo, vivendo e aprendendo

Tem quatro pessoas naquele salão

E uma das quatro é o meu patrão
CACHORRO
Poxa, poxa, vejam vocês

É o meu patrão com os outros três
GATA
Que grilo, que grilo, não é uma boa

Aquela coroa é a minha patroa
GALINHA
Cacilda, cacilda, coisa de maluco

É o meu patrão com o trabuco
CORAL
Caramba, caramba, como é que é

Eu acho que é hora de dar no pé

Pra quem não quiser entrar de gaiato

O melhor negócio é dormir no mato
BICHOS
Caramba, caramba, como é que é

Eu acho que é hora de dar no pé

Pra quem não quiser entrar de gaiato

O melhor negócio é dormir no mato
JUMENTO
Porém, porém, já tou fulo da vida

Ter toda a razão e nenhuma comida
CACHORRO
A minha barriga não se acostuma

Ter toda razão e comida nenhuma
GALINHA
Porém, porém, já me sinto aflita

Me sinto assada, acho que tou frita
GATA
É já, é já, vamos sentar a pua

Botar os safados no meio da rua
MULHERES
Quatro juntos braços dados

Damos o fora nesses safados
HOMENS
Braços dados juntos quatro

Chutar os safados pra fora do teatro
MULHERES
Dados juntos quatro braços

E esses safados já tão no bagaço
HOMENS
Quatro braços dados juntos

E esses safados vão virar presunto
Todos – (Risos , Risadas )
Gata – Eles Fugiram !
Galinha – Como eles correram !
Cachorro – Não ! Vocês viram só … nós expulsamos os barões!
Gata – E agora a casa é nossa !
Todos – Iu hu
Gata – Ai … onde tem uma almofada ?
Jumento – Calma amigos ! Calma ! Calma ! Primeiro vamos entender tudo direitinho ! Nós estamos juntos certo ?
Todos – Sim !
Jumento – Juntos entramos na casa , certo ?
Todos – Sim !
Jumento – Juntos atacamos sem medo , certo ?
Todos – Sim !
Jumento – Segunda lição do dia : Um Bicho só , é só um Bicho !
Agora todos juntos :
Todos – Somos fortes !!!
09 – Todos Juntos
JUMENTO
Uma gata, o que é que tem?
GATA
– As unhas
CACHORRO
E a galinha, o que é que tem?
GALINHA
– O bico
HOMENS
Dito assim, parece até ridículo
HOMENS
Um bichinho se assanhar
JUMENTO
E o jumento, o que é que tem?
GATA
– As patas
CACHORRO
E o cachorro, o que é que tem?
GALINHA
– Os dentes
HOMENS
Ponha tudo junto e de repente
HOMENS
Vamos ver no que é que dá
MULHERES
Junte um bico com dez unhas
MULHERES
Quatro patas, trinta dentes
HOMENS
E o valente dos valentes
HOMENS
Ainda vai te respeitar
BICHOS
Todos juntos somos fortes

Somos flecha e somos arco

Todos nós no mesmo barco

Não há nada pra temer

Todos juntos somos fortes

Somos flecha e somos arco

Todos nós no mesmo barco

Não há nada pra temer
MULHERES
– Ao meu lado há um amigo
MULHERES
Que é preciso proteger
BICHOS
Todos juntos somos fortes

Não há nada pra temer
JUMENTO
Uma gata, o que é que é?
GATA
– Esperta
CACHORRO
E o jumento, o que é que é?
GALINHA
– Paciente
HOMENS
Não é grande coisa realmente
HOMENS
Prum bichinho se assanhar
JUMENTO
E o cachorro, o que é que é?
GATA
– Leal
CACHORRO
E a galinha, o que é que é?
GALINHA
– Teimosa
HOMENS
Não parece mesmo grande coisa
HOMENS
Vamos ver no que é que dá
MULHERES
Esperteza, Paciência
MULHERES
Lealdade, Teimosia
HOMENS
E mais dia menos dia
HOMENS
A lei da selva vai mudar
BICHOS
Todos juntos somos fortes

Somos flecha e somos arco

Todos nós no mesmo barco

Não há nada pra temer

Todos juntos somos fortes

Somos flecha e somos arco

Todos nós no mesmo barco

Não há nada pra temer
MULHERES
– Ao meu lado há um amigo
MULHERES
Que é preciso proteger
BICHOS
Todos juntos somos fortes

Não há nada pra temer
BICHOS
E no entanto dizem que são tantos

Saltimbancos como nós
Todos – Ahhhhhhhhh … (bocejando)
Cachorro – UFA ! UFA ! UFA ! Deu soninhu … deu soninhu … deu soninhu …
Jumento – Ah,naquela noite fomos dormir tranqüilos e contentes !
Narração – No dia seguinte …
Galinha – Pópópópópópó …
Cachorro – Bom dia ! Bom dia !
Gata – Bom dia Sol !
Jumento – Decidimos que ir a cidade já não era tão importante assim, aquela casa era cômoda , bonita e a horta tava cheinha de coisas boas !!!
Gata – Ai … é … é … é … é … é … eu detesto verduras !
Galinha – Hãhãhãhãhã
Jumento – Ah gatinha pra você tem a dispensa .
Gata – Ahhhhhhhhh obrigada Jumento !
Jumento – Depois como músicos … bem como músicos , não eramos lá grande coisa … o problema era defender a casa !
Galinha – Ahhhhh , mais porque ? Eles vão voltar ???
Jumento – Última lição do dia : Os homens … eles voltam sempre ! Temos que estar de olhos bem abertos hein ?! Isso é muito importante !!!
Cachorro – E então ?
Jumento – Vamos nos proteger !
Galinha – Mais fazendo o que ?
Cachorro – É … mais como ?
Jumento – Ahhhhhh , fazendo cabra-cega ! Peguem suas vendas! Depressa .
Gata – Ah ! Ahhhhhh olha eles estão chegando !
Jumento – Cada um no seu esconderijo ! depressa !
Barões – Ohhhhhh … Hoje vai ser bom ! Vamos beber ! Quero comer muito ! Hahahahaha
10 – Esconde-Esconde
BICHOS
Esconde-esconde

Cabra-cega

Tá aqui? ou lá?

Esconde-esconde

Cabra-cega

Vai sair um refrega
GATA
Venha, venha, quem me pega

Tou escondida aqui na adega

E assim que você chega

Se você não pára

Vai pensar
BICHOS
Que tem uma bruxa que te arranha bem na cara

Tá esquentando

Tá esfriando

Cadê? Cadê?

Esconde-esconde

Bicho-papão

Vai dar uma confusão
CACHORRO
Vem chegando, meu barão

Tou atrás do teu portão

Vais tomar uma lição

Se te aproximares

Vais pensar
BICHOS
Que tem um diabo te mordendo os calcanhares

Tá escondido no curral

Não vai ser muito legal

Quem é? Quem é?

Tá aqui? Ou lá?
JUMENTO
Venha, venha, meu rival

Tou escondido no curral

Não vou ser muito legal

Se sair dos trilhos

Vai pensar
BICHOS
Que tem um fantasma que te chuta nos fundilhos
GALINHA
Venha, venha, com o trabuco

Tou escondida atrás do cuco

Preparando um arapuca

Se tu me cutuca

Vai pensar
BICHOS
Que tem um dragão dando bicada na tua cuca
BICHOS
Todos juntos somos fortes

Somos flecha e somos arco

Todos nós no mesmo barco

Não há nada pra temer
BICHOS
Todos juntos somos fortes

Somos flecha e somos arco

Todos nós no mesmo barco

Não há nada pra temer
Gata – Vocês viram ?
Galinha – Como eles correram !!!
Cachorro – Agora eles não voltam nunca mais !
Todos – Vitória ! Vitória !
                                                            ¯¯¯
Jumento – E assim caros amigos , vamos ficando por aqui . E a cidade ? Pra que ? Se aqui em casa estamos tão bem ? Além do mais , a gente não é tão exigente ! O que que a gente faz ? A gente trabalha ! Você cachorro ?
Cachorro – Eu faço a sentinela !
Jumento – Galinha ?
Galinha – Eu arrumo essa casa toda , e faço uma comida divina pra gente !
Jumento – Ahhhhh e eu , pra variar trabalho … trabalho feito um jumento ! Mas a muito o que fazer e  preciso trabalhar pra valer ! Mas a gata ?
Gata – Miau … Ah eu sou assim meio preguiçosa mesmo !
Cachorro – Hummmmmmm mais é danadinha de talentosa !
E diverte a gente ! De noite ela se espicha na almofada e aí dona galinha ?
Galinha – E canta umas músicas maravilhosas pra gente !
Jumento – Ela sim ! Ela realmente virou uma su … su … su … (risos) como é que é mesmo ?
Todos – Super Star !!!
11 – Bicharia
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
O animal é paciente , mas também não é nenhum demente
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Quando o homem exagera, bicho vira fera, ora  vejam só
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Puxa jumento, só puxava
Choca galinha, só chocava
Rápido cachorro guarda casa, corre e volta , só corria, só voltava
Mas chega um dia, chega um dia
Que o bicho chia, bicho chia
Bota pra quebrar e quero ver quem paga o pato,
pois vai ser um saco de gato
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
O animal é tão bacana, mas também não é nenhum banana
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Quando a porca torce o rabo, pode ser o diabo e ora vejam só
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Au, au ,  ió
Miau, miau, COCOROCÓ.
Au, au ,  ió
Miau, miau, COCOROCÓ
Au, au ,  ió
Miau, miau, COCOROCÓ
Au, au ,  ió
Miau, miau, COCOROCÓ
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, cocorocó
Au, au , au, ia, ió
Miau, miau, miau, COCOROCÓ.
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