terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

HAVER ou A VER ?

Por que uma simples letra, ora representa pelo “h”, faz toda a diferença no momento de analisarmos as características semânticas das expressões? O fato é que tal aspecto, por mínimo que se configure, desencadeia uma série de pormenores, e um deles é em relação ao significado. 

De modo específico ater-nos-emos a duas recorrentes expressões em que tal ocorrência se materializa, representadas por “ter a haver ou ter a ver”. Assim sendo, analisemos: 

Nós temos muito a haver com nossos clientes, pois já efetuamos todas as entregas. 
Constatamos que o sentido se atém a algo a receber, ou seja, algo relacionado a créditos de uma foram geral. 
Um aspecto bem interessante é que muitas pessoas empregam essa expressão de forma errônea ao fazerem uso de: 

Eu tenho uma quantia em haver com você. Atente-se a forma correta, que é esta supracitada. 
Já no caso da expressão “tem a ver”, percebemos seu recorrente uso mediante as conversas do cotidiano, não é mesmo? Situações como: 
Menino, o que você tem a ver com os problemas alheios? 
Concluímos que a noção agora se refere a ter relação com algo, dizer respeito a algo. 
Vamos a outros casos representativos: 

Márcia não teve nada a ver com os problemas ocorridos na escola.

Logo percebi que este assunto tinha tudo a ver com minha família.

Não! Mesmo ele tendo muito a haver conosco, jamais o queremos como parceiro.

 http://www.portugues.com.br/

EU ou MIM ?


Eu ou Mim? - 22/01/2009
Banalização do Pronome Oblíquo Mim

Muitas pessoas condenam o pronome mim por acharem-no incorreto ou inculto. O pronome mim faz parte dos pronomes dos oblíquos tônicos, são eles: mim, ti, si, ele (a), nós, vós, eles (as).

Para se ter ideia, não há a menor necessidade em inibir o pronome mim antes de verbos como custar, bastar, faltar e restar, pois estes verbos exigem a preposição “a”. Desta forma, mesmo que estes verbos estejam à frente do pronome mim, o seu emprego é correto, uma vez que o pronome mim não será sujeito destes verbos.

Uma forma de julgar se o emprego de “mim” é ou não correto, pergunta-se à frase “quem ou o quê”, achando assim o sujeito. Depois, é só verificar se na resposta não o aparecer, pois se aparecer não deverá ser empregado, pois “mim” não pode ser sujeito de uma oração.

Portanto, em casos como estes, devemos empregar o pronome tônico do caso reto “eu”, ou seja, empregá-lo sempre que for sujeito de um verbo.

De uma forma geral, não utilize mim quando for sujeito de um verbo no infinitivo, ou seja, em verbos terminados em ar, er ou ir.

Para entender melhor, atente para as situações expostas a seguir:

Só saia daqui quando mim disser. Neste caso, perguntamos “quem” e, como resposta, teremos “mim”, ou seja, um pronome oblíquo tônico sendo o sujeito do verbo dizer, ou seja, colocação pronominal incorreta.

Só saia daqui quando eu disser. Neste caso, ao perguntarmos “quem”, teremos como resposta, o pronome “eu”, colocação pronominal correta.

Para facilitar, dobre a atenção quando aparecer verbos de ligação (ser, estar, parecer, ficar, permanecer, continuar) e os verbos que acabamos de ver, e empregue o pronome “mim” sem receio. Nos demais casos, porém, antes de verbos no infinitivo, emprego o pronome pessoal

Outra dica é perceber se o pronome mim vem acompanhado de preposição, pois como todos os pronomes oblíquos tônicos, o mim não é diferente, deve obrigatoriamente ser acompanhado de preposição.

Ora, esta é a grande diferença entre o mim e o eu, o eu como sujeito nunca tem preposição, ao contrário de pronomes como o “mim” que sempre são acompanhados por a, para, de e com.

Fonte: http://www.gramaticaonline.com.br/gramaticaonline.asp?menu=3&cod=122&prox_x=4

Figuras de Linguagem I

Figuras de Linguagem
Construindo o conceito

Leia este poema:

MENINA NA JANELA

A LUA É UMA GATA BRANCA ,
MANSA ,
QUE DESCANSA ENTRE AS NUVENS .

O SOL É UM LEÃO SEDENTO ,
MULAMBENTO ,
QUE RUGE NA MINHA RUA .

EU SOU UMA MENINA BELA ,
NA JANELA ,
DE UM OLHAR SEMPRE À PROCURA .
Sérgio Capparelli






Mais exemplos de metonímias:
. a parte pelo todo:
Mil olhos apreensivos seguiam a partida de futebol. (pessoas, torcedores)

. o singular pelo plural:
O brasileiro é bem-humorado. ( os brasileiros )

. a matéria pelo objeto:
A um sinal do maestro, os metais iniciaram o concerto. ( instrumentos de sopro feitos de metal )

Antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
“Os jardins têm vida e morte.”

Ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

Eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

Hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

Paradoxo (do Grego, parádoksos = estranho, extraordinário)

Paradoxo é a reunião de idéias contraditórias e aparentemente inconciliáveis, num só pensamento, o que nos leva a expressar uma verdade com aparência de mentira. Quando falamos, por exemplo:

● Eles são ricos pobres.

Tanto "rico" quanto "pobre" são adjetivos que se referem ao sujeito [eles]. Os dois adjetivos pertencem a uma mesma unidade da frase, ambos qualificam um mesmo ser. Mas estes dois adjetivos têm sentidos opostos.Estamos a conciliar dois julgamentos distintos: pensamos na riqueza deles porque têm dinheiro, mas simultaneamente na pobreza, por sabermos do vazio de vida que vivem, ou da aridez de alma.

Todo o paradoxo, em última análise, encerra uma antítese, porém uma antítese especial, que em vez de opor, enlaça idéias contrastantes:Antítese: Eu sou velho, você é moço. Paradoxo: Eu sou um velho moço.

O paradoxo revela-nos que a conciliação de contrários é possível e, por vezes, indispensável para se exprimir a verdade. Exemplos de paradoxos modernos: Inocente culpa / lúcida loucura / silêncio eloquente / ditadura democrática / ilustre desconhecido / um silêncio ensurdecedor / um supérfluo essencial / boatos fidedignos / espontaneidade calculada / mentiras sinceras / É proibido proibir. / Foi sem querer, querendo.

Quando Camões em célebre soneto sobre as contradições do amor, disse que esse sentimento:

“Amor é fogo que arde sem se ver, / É ferida que dói, e não se sente;

É um contentamento descontente, / É dor que desatina sem doer.”

Criou um dos mais bonitos paradoxos do lirismo português.