terça-feira, 26 de novembro de 2013

GINCANA DOS TEXTOS!!!!!

Após estudarmos o texto " Um apólogo" de Machado de Assis, os alunos das 5as séries escreveram outros apólogos, nos quais deveriam "trocar" os objetos falantes. A 5a série A escolheu o melhor texto da 5a série B e vice-versa! Foi muito interessante ler os textos produzidos e permitir que os alunos escolhessem o texto de que mais gostassem.
Resultado: Ana Júlia da 5a série A foi a  autora do texto escolhido pela 5a.série B.
                 João Gabriel da 5a. série B foi o autor do texto escolhido pela 5a. série A.
Parabéns a todos os alunos que se envolveram nesta atividade! Foi muito bacana mesmo!
Parabéns aos vencedores Ana Júlia e João Gabriel!!!
Um abraço,
Profa. Cida

Agora, com vocês, os textos escolhidos:
COMPUTADOR VELHO X COMPUTADOR NOVO

           ERA UMA VEZ, UMA IDOSA CHAMADA CECÍLIA.  ERA DONA DE CASA E ADORAVA FAZER TRICÔ.
            UM DIA, ELA FOI A UMA LOJA PARA COMPRAR UM COMPUTADOR NOVO, PORQUE O VELHO SEMPRE PIFAVA.
            ASSIM, ELA FICOU COM DOIS COMPUTADORES EM CASA. MAS OS COMPUTADORES DE CECÍLIA COMEÇARAM A CRIAR UMA DISCUSSÃO SOBRE QUAL COMPUTADOR SERIA MAIS IMPORTANTE NAQUELA CASA, POIS A CECÍLIA MORAVA SOZINHA E NÃO TINHA COMO USAR DOIS COMPUTADORES AO MESMO TEMPO!
          ENTÃO COMPUTADOR VELHO DISSE AO NOVO:
          _ BOM, VOCÊ É IMPORTANTE PORQUE VOCÊ É VENDIDO POR PREÇO DE BANANA! TODO MUNDO SABE QUE SOU MUITO MAIS CARO DO QUE VOCÊ! _ DISSE O VELHO COMPUTADOR.
     _ NO SEU TEMPO, SÓ TINHA VOCÊ DE COMPUTADOR, AGORA, OLHE AO SEU REDOR, QUANTA GENTE USANDO MINHA TECNOLOGIA NOVA! _DISSE O NOVO COMPUTADOR.
         _ PELO MENOS, SOU ÚNICO E VOCÊ É SÓ MAIS UM COMPUTADOR. _DISSE O VELHO COMPUTADOR.
         E FICARAM DISCUTINDO ATÉ QUE O COMPUTADOR VELHO QUEBROU.   O COMPUTADOR NOVO RIA MUITO, ZOMBAVA DO OUTRO E XINGAVA TAMBÉM.
          ACONTECE QUE, DONA CECÍLIA NÃO SABIA MEXER NO COMPUTADOR NOVO, POIS O PROGRAMA ERA DIFERENTE DO COMPUTADOR VELHO E ELA ERA UMA SENHORA IDOSA.
       _ELA APERTAVA BOTÕES ERRADOS E O COMPUTADOR JÁ ESTAVA CANSADO DE NÃO SER USADO CORRETAMENTE.
            PARA RESOLVER O PROBLEMA, O COMPUTADOR NOVO CONSERTOU O COMPUTADOR VELHO E DONA CECÍLIA VOLTOU A USAR SEU COMPUTADOR VELHO, MAS O COMPUTADOR NOVO ESTAVA TRISTE, PORQUE NÃO ERA UTILIZADO.
            A TRISTEZA DO JOVEM DUROU POUCO, POIS DONA CECÍLIA DEU O COMPUTADOR PARA A NETA, QUE SABIA UTILIZAR A NOVA TECNOLOGIA.

MORAL: OS VELHOS OBJETOS NEM SEMPRE SÃO MELHORES OU PIORES DO QUE OS NOVOS!  

TEXTO DO ALUNO JOÃO GABRIEL DIAS GOMES – 5ª série B  


                                                                    Um apólogo

            Num certo dia, em uma casa pequena e humilde, havia um sofá e uma TV que  viviam  discutindo sobre quem era mais importante para o dono da casa.
            O sofá disse:
            _TV, eu sou muito importante para o nosso dono, ele se sentar aqui, pode deitar-se e você só fica de enfeite!
            Nisso a TV respondeu:
            _Sim, mas eu ligo e desligo tecnologicamente, sou vista pelo mundo inteiro!
           O sofá retrucou:
           _Mas sou confortável, aconchegante e macio!!!
           A TV ficou quieta.
           Passando algum tempo, chegou a esta casa um cachorrinho que destruiu a TV e o sofá!
           Quando ambos foram para o lixo, entenderam, viraram amigos, depois que viram  que não pertenciam mais ao dono da casa...

           Moral:
           “Não pise em quem você acha que está por baixo, pois você pode  ir   mais  para  baixo  
ainda....”


          Ana Júlia  - 5ª A



sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Concordância verbal e nominal

Abaixo você vai encontrar várias explicações sobre a matéria. Estude-as antes de preparar o seu trabalho.

De acordo com Mattoso Câmara “dá-se em gramática o nome de concordância à circunstância de um adjetivo variar em gênero e número de acordo com o substantivo a que se refere (concordância nominal) e à de um verbo variar em número e pessoa de acordo com o seu sujeito (concordância verbal). Há, não obstante, casos especiais que se prestam a dúvidas”.
Então, observamos e podemos definir da seguinte forma: concordância vem do verbo concordar, ou seja, é um acordo estabelecido entre termos.
O caso da concordância verbal diz respeito ao verbo em relação ao sujeito, o primeiro deve concordar em número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o segundo.
Já a concordância nominal diz respeito ao substantivo e seus termos referentes: adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa concordância é feita em gênero (masculino ou feminino) e pessoa.
Como vimos acima, na definição de Mattoso Câmara, existem regras gerais e alguns casos especiais que devem ser estudados particularmente, pois geram dúvidas quanto ao uso. Há muitos casos que a norma não é definida e há resoluções diferentes por parte dos autores, escritores ou estudantes da concordância.

Concordância Verbal e Nominal
Observe:
As crianças estão animadas.
Crianças animadas.
No primeiro exemplo, o verbo estar se encontra na terceira pessoa do plural, concordando com o seu sujeito,as crianças. No segundo exemplo, o adjetivo animadas está concordando em gênero (feminino) e número (plural) com o substantivo a que se refere: crianças. Nesses dois exemplos, as flexões de pessoa, número e gênero se correspondem.

Concordância é a correspondência de flexão entre dois termos, podendo ser verbal ou nominal.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Ocorre quando o verbo se flexiona para concordar com seu sujeito.

a) Sujeito Simples

Regra Geral

O sujeito sendo simples, com ele concordará o verbo em número e pessoa. Veja os exemplos:A orquestra tocou uma valsa longa.
3ª p. Singular 3ª p. Singular

Os pares que rodeavam a nós dançavam bem.
3ª p. Plural 3ª p. Plural

Casos Particulares

Há muitos casos em que o sujeito simples é constituído de formas que fazem o falante hesitar no momento de estabelecer a concordância com o verbo. Às vezes, a concordância puramente gramatical é contaminada pelo significado de expressões que nos transmitem noção de plural, apesar de terem forma de singular ou vice-versa. Por isso, convém analisar com cuidado os casos a seguir.

1) Quando o sujeito é formado por uma expressão partitiva (parte de, uma porção de, o grosso de, metade de, a maioria de, a maior parte de, grande parte de...) seguida de um substantivo ou pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.

Por Exemplo:A maioria dos jornalistas aprovou / aprovaram a ideia.
Metade dos candidatos não apresentou / apresentaram nenhuma proposta interessante.
Esse mesmo procedimento pode se aplicar aos casos dos coletivos, quando especificados:

Por Exemplo:Um bando de vândalos destruiu / destruíram o monumento.

Obs.: nesses casos, o uso do verbo no singular enfatiza a unidade do conjunto; já a forma plural confere destaque aos elementos que formam esse conjunto.
2) Quando o sujeito é formado por expressão que indica quantidade aproximada (cerca de, mais de, menos de, perto de...) seguida de numeral e substantivo, o verbo concorda com o substantivo. Observe:Cerca de mil pessoas participaram da manifestação.
Perto de quinhentos alunos compareceram à solenidade.
Mais de um atleta estabeleceu novo recorde nas últimas Olímpíadas.
Obs.: quando a expressão "mais de um" se associar a verbos que exprimem reciprocidade, o plural é obrigatório:

Por Exemplo:Mais de um colega se ofenderam na tumultuada discussão de ontem. (ofenderam um ao outro)

3) Quando se trata de nomes que só existem no plural, a concordância deve ser feita levando-se em conta a ausência ou presença de artigo. Sem artigo, o verbo deve ficar no singular. Quando há artigo no plural, o verbo deve ficar o plural.

Exemplos:Os Estados Unidos determinam o fluxo da atividade econômica do mundo.
Alagoas impressiona pela beleza das praias e pela pobreza da população.
As Minas Gerais são inesquecíveis.
Minas Gerais produz queijo e poesia de primeira.
Os Sertões imortalizaram Euclides da Cunha.

4) Quando o sujeito é um pronome interrogativo ou indefinido plural (quais, quantos, alguns, poucos, muitos, quaisquer, vários) seguido por "de nós" ou "de vós", o verbo pode concordar com o primeiro pronome (na terceira pessoa do plural) ou com o pronome pessoal. Veja:Quais de nós são / somos capazes?
Alguns de vós sabiam / sabíeis do caso?
Vários de nós propuseram / propusemos sugestões inovadoras.

Obs.: veja que a opção por uma ou outra forma indica a inclusão ou a exclusão do emissor. Quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabíamos de tudo e nada fizemos", esta pessoa está se incluindo no grupo dos omissos. Isso não ocorre quando alguém diz ou escreve "Alguns de nós sabiam de tudo e nada fizeram.", frase que soa como uma denúncia.

Nos casos em que o interrogativo ou indefinido estiver no singular, o verbo ficará no singular.

Por Exemplo:Qual de nós é capaz?
Algum de vós fez isso.

5) Quando o sujeito é formado por uma expressão que indica porcentagem seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o substantivo.

Exemplos:25% do orçamento do país deve destinar-se à Educação.
85% dos entrevistados não aprovam a administração do prefeito.
1% do eleitorado aceita a mudança.
1% dos alunos faltaram à prova.

Quando a expressão que indica porcentagem não é seguida de substantivo, o verbo deve concordar com o número. Veja:25% querem a mudança.
1% conhece o assunto.

6) Quando o sujeito é o pronome relativo "que", a concordância em número e pessoa é feita com oantecedente do pronome.

Exemplos:Fui eu que paguei a conta.
Fomos nós que pintamos o muro.
És tu que me fazes ver o sentido da vida.
Ainda existem mulheres que ficam vermelhas na presença de um homem.

7) Com a expressão "um dos que", o verbo deve assumir a forma plural.

Por Exemplo:Ademir da Guia foi um dos jogadores que mais encantaram os poetas.
Se você é um dos que admiram o escritor, certamente lerá seu novo romance.

Atenção:

A tendência, na linguagem corrente, é a concordância no singular. O que se ouve efetivamente, são construções como:"Ele foi um dos deputados que mais lutou para a aprovação da emenda".

Ao compararmos com um caso em que se use um adjetivo, temos:"Ela é uma das alunas mais brilhante da sala."
A análise da construção acima torna evidente que a forma no singular é inadequada. Assim, as formas aceitáveis são:" Das alunas mais brilhantes da sala, ela é uma."
" Dos deputados que mais lutaram pela aprovação da emenda, ele é um".
















terça-feira, 8 de outubro de 2013

Textos para basear o debate sobre alimentação


Textos para serem estudados para o debate sobre alimentação
7ª. Série B


Não é Proibido

Marisa Monte

Jujuba, bananada, pipoca,
Cocada, queijadinha, sorvete,
Chiclete, sundae de chocolate,
Uh!
Paçoca, mariola, quindim,
Frumelo, doce de abóbora com coco,
Bala juquinha, algodão doce e manjar.
Uh!
Venha pra cá, venha comigo!
A hora é pra já, não é proibido.
Vou te contar: tá divertido,
Pode chegar!
(uh)
Vai ser nesse fim de semana (uh)
Manda um e-mail para a Joana vir (uh)
Woo.. Uh!
(uh)
Não precisa bancar o bacana (uh)
Fala para o Peixoto chegar aí! (uh)
Traz todo mundo, 'tá liberado, é só chegar.
Traz toda a gente, 'tá convidado, é pra dançar,
Toda tristeza deixa lá fora; chega pra cá!
(uh)
Jujuba, bananada, pipoca,
Cocada, queijadinha, sorvete,
Chiclete, sundae de chocolate,
Uh
Paçoca, mariola, quindim,
Frumelo, doce de abóbora com coco,
Bala juquinha, algodão doce e manjar.
Uh
Venha pra cá, venha comigo!
A hora é pra já, não é proibido.
Vou te contar: tá divertido,
Pode chegar!
(uh)
Vai ser nesse fim de semana (uh)
Manda um e-mail para a Joana vir (uh)
Woo.. Uh!
Não precisa bancar o bacana (uh)
Fala para o Peixoto chegar aí! (uh)
Traz todo mundo, 'tá convidado, é só chega.
Traz toda a gente, 'tá liberado, é pra dançar,
Toda tristeza deixa lá fora; chega pra cá!
(uh)
Não precisa bancar o bacana (uh)
Fala para o Peixoto chegar aí! (uh)
(uh)
Yeah
(uh)
1° texto
A Importância Da Alimentação Na Adolescência

 A adolescência, que vai dos 10 aos 19 anos, constitui um período muito especial e de suma importância. É nesta etapa que se  torna  válida a frase “adolescente que se alimenta bem, será um adulto saudável”.
            Todo jovem necessita de uma alimentação sadia e equilibrada, tanto em quantidade como em qualidade.
             O momento da alimentação precisa tornar-se prazeroso e fornecer combustível adequado para o crescimento e atividade muscular.
            A adolescência é conhecida e denominada como um período “conturbado”. Isto pelo fato de que, nesta fase entram em jogo as preocupações excessivas com o peso e a estética. Cabe aos pais muita conversa e conhecimento dos hábitos e escolhas dos filhos.
            A prática de atividade física prende-se, de maneira definitiva, à lista de atitudes para ter uma boa qualidade de vida, associada a hábitos alimentares saudáveis.
           Atualmente, encontramo-nos inseridos em uma sociedade em que ainda prevalecem o sedentarismo e a alimentação hipercalórica. Por isto o cuidado deve ser redobrado.
            Os padrões alimentares dos jovens costumam ser caóticos. Eles tendem a omitir refeições, estabelecem associações distorcidas entre valores calóricos e nutritivos, além da freqüência em fast-foods. A principal dúvida dos pais é como tornar as refeições mais atrativas e equilibradas, ao mesmo tempo.
A alimentação saudável na adolescência deve ter como objetivos:
1. Possibilitar o desenvolvimento máximo das características genéticas (cerebral, óssea, etc);
2. Aumentar a capacidade de resposta imunológica para reduzir a susceptibilidade a doenças infecciosas e outras;
3. Impedir o aparecimento de doenças metabólicas degenerativas;
4. Beneficiar a competência mental, favorecer a atenção e assim melhorar aptidões escolares.  
Dicas importantes...
Não coma assistindo televisão;
Beba muita água, no mínimo 2 litros por dia;
Coma sem pressa, mastigando bem os alimentos;
Não fique muito tempo sem alimentar-se, coma de 3 em 3 horas;
Evite frituras, carnes gordas (bacon, toucinho);
Evite o consumo de lanches calóricos como hambúrguer, batata frita, cachorro quente, etc. Opte pelo consumo de sanduíches naturais;
Evite o consumo de balas, chocolates, bolachas recheadas, bolos, etc;
Consuma frutas, verduras e legumes;
Prefira sempre os alimentos integrais (pães, bolachas, torradas, etc);
Pratique atividade física.
A melhor maneira de ensinar é por meio do próprio exemplo. Entenda que saúde, bem-estar e qualidade de vida na adolescência, são sinais de um adulto saudável.
 Izaara Alvarenga

2° texto
Nutrindo a saúde dos adolescentes: considerações práticas 
INTRODUÇÃO

Desde os primeiros momentos da vida, a alimentação está entrelaçada com emoções, simbolismos e influências socioeconômicas e culturais. Crescer e se alimentar implica estabelecer relações, fazer escolhas, identificar-se ou não com modelos e valores familiares ou de outras pessoas, adaptar-se bem ou mal aos padrões estabelecidos e conviver com hábitos, horários e diversos estilos de vida. Na adolescência, a necessidade de marcar novas posições ou se desvincular da família pode também se expressar por questões afetivas ou conflitos na área da sexualidade que são transferidos para a alimentação. Comer demais ou não comer pode significar formas inconscientes de satisfazer faltas, recusar controles externos ou estar na moda. E comer fora de casa pode representar uma nova oportunidade de criar amizades, mas também novos modismos alimentares. Enfim, ser diferente e ainda assim ser igual a todos os amigos na procura do aqui e agora, imediatismo característico da adolescência.

Comer bem não é o mesmo que comer muito ou pouco. Cuidar do corpo que cresce é aprender a escolher melhor os alimentos para manter um equilíbrio nutricional entre ganhos e perdas calóricas, com os extras necessários para garantir o aumento da velocidade de crescimento, que é a característica do estirão puberal. As sensações de fome e saciedade e as diferenças entre apetite, gula e voracidade podem servir para estimular a própria curiosidade do adolescente a respeito dos grupos de nutrientes e de como adequar sua rotina para conseguir uma alimentação saudável, balanceada e agradável ao paladar.

Desequilíbrio no balanço entre a ingestão e o gasto de energia nesta fase causa impacto sobre a saúde dos adolescentes e problemas como excesso ou perda de peso, desnutrição aguda e crônica, anorexia nervosa, bulimia nervosa, sobrepeso, obesidade, aterosclerose, hipertensão arterial e aumento do número de recém-nascidos de baixo peso em mães adolescentes.

Os hábitos alimentares e a rotina de exercícios que se formam enquanto o adolescente alcança progressivamente a sua independência podem potencializar ou prejudicar os estilos de vida e de saúde na idade adulta. Desvios nutricionais podem também significar um comportamento de risco e modificar a trajetória da pessoa de saudável para doente; daí ser um problema que deve ser sempre investigado pelo profissional de saúde que lida com os adolescentes e suas famílias.


MANEJO DA ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL

Os princípios da orientação nutricional devem ser baseados nos conhecimentos científico e prático das necessidades nutricionais específicas da adolescência e adaptados aos termos compreensíveis da linguagem coloquial que possam ser ensinados para cada adolescente dentro do cotidiano de seu contexto social.

As ferramentas de que se dispõe para avaliar as ingestões alimentares são os formulários onde as ingestões são anotadas durante três ou sete dias, os questionários sobre a freqüência de consumo dos alimentos, bem como dados relativos às últimas 24 horas. Cada uma tem suas vantagens e seus inconvenientes. Os dados relativos às últimas 24 horas fornecem uma estimativa bastante boa das ingestões energéticas, podem ser facilmente utilizados na ocasião da consulta, mas não oferecem, evidentemente, informação sobre a variedade de um dia para o outro e dependem da capacidade de recordar dos alimentos que são interrogados e da habilidade do avaliador. A complementação dessa recordação por uma verificação da freqüência de consumo dos alimentos resolve alguns desses problemas. O diário alimentar referente a três ou sete dias permite coletar informações de maneira prospectiva, mas leva muito tempo, tanto para quem o preenche (o paciente) como para quem o analisa (o médico). A motivação é um elemento essencial da confiabilidade dos dados, e um tempo deve ser dedicado para explicar ao adolescente ou aos seus pais a maneira de preencher corretamente os formulários. Às vezes, muitas tentativas são necessárias antes que se obtenham dados utilizáveis(12,18).

É importante ainda levar em consideração os hábitos extras dos fins de semana e de ocasiões especiais como véspera de provas, aniversários, férias escolares, competições esportivas, etc.


VARIAÇÕES PUBERAIS

Para se poder avaliar as necessidades nutricionais na adolescência é preciso conhecer a ampla variação do normal no que diz respeito ao crescimento, o que implica a grande diversidade da demanda dos adolescentes(1,3). Em determinado momento, cronologicamente variável entre 11 e 13±2 anos, inicia-se a fase de aceleração do crescimento, seguindo-se a fase de desaceleração até a parada total. O incremento de peso e altura é feito à custa do aumento do esqueleto, da massa muscular, da gordura, dos órgãos, com expansão do volume sangüíneo. O início destes fenômenos, sua amplitude, a duração em cada fase e o término variam muito de indivíduo para indivíduo, ainda que do mesmo sexo, originando necessidades nutricionais diversas(9). É sabido que o pico das necessidades nutricionais para o ganho de peso antecede em quatro a seis meses o início do estirão puberal em incremento de altura, até coincidir com o período de crescimento máximo(21,24).

Devem-se ainda levar em conta as diferenças para ambos os sexos. No sexo feminino, a aceleração do crescimento se inicia dois anos antes em relação ao sexo masculino, havendo, porém, término do crescimento igualmente mais precoce e tendo o evento menor amplitude. Os incrementos no sexo feminino se fazem mais à custa de gordura, e no masculino, de massa muscular, o que se reflete de maneira diversa sobre as necessidades nutricionais. Principalmente durante o estirão, é necessário, no sexo masculino, maior aporte protéico e energético, bem como maior quantidade de ferro por quilograma de peso do que no feminino. Observou-se que, no término do crescimento, há duas vezes mais gordura e apenas dois terços de massa muscular presentes no sexo feminino em relação ao masculino. No sexo feminino, merece particular atenção o aumento das necessidades nutricionais na gravidez e durante a lactação(2,25).

A maturação sexual, associada às fases de crescimento, está envolvida no diagnóstico e no prognóstico nutricional, sendo determinante das necessidades nutricionais a cada momento da adolescência. Se for atendido um adolescente em estágio pré-puberal ou estágio 1, segundo os critérios de maturação sexual(22), sabe-se que estará por vir a fase de estirão e de necessidades máximas. Se, através do estágio da maturação, percebe-se que a adolescente está próxima da menarca, deve-se considerar cuidadosamente as necessidades nutricionais e sua relação com este evento em termos de composição corporal e porcentagem de gordura. Por outro lado, quando a menarca já ocorreu, a adolescente estará provavelmente na fase de desaceleração do crescimento, o que implica a redução de alguns nutrientes em relação à fase de estirão e aumento da ingestão de outros, como, por exemplo, ferro e ácido fólico(23). No sexo masculino, a velocidade máxima do crescimento ocorre geralmente em fase adiantada do desenvolvimento dos genitais e da pilosidade pubiana, estágios 3 e 4, coincidindo com o pico máximo das necessidades nutricionais.

Por isso é essencial que a cada visita médica ou avaliação nutricional, mesmo quando em rastreamentos comunitários, os adolescentes sejam avaliados com dados antropométricos e indicadores nutricionais adequados para um diagnóstico correto(6,25). Os dados mais importantes são: 
  altura;
  peso;
  cálculo dos índices de altura/idade, peso/idade, peso/altura e índice de massa corporal;
  dobras cutâneas tricipital e subescapular;
  perímetros braquial, torácico e abdominal;
  maturação sexual segundo os critérios de Tanner(22);
  uso das curvas e tabelas recomendadas(10, 15, 16, 20), pois a escolha do referencial é importante(19);
  acompanhamento periódico e longitudinal, sempre que possível, a cada quatro a seis meses, ou, em casos de riscos nutricionais, mensal ou bimensalmente.
Autores: Evelyn Eisenstein1, Simone Cortes Coelho2

3° texto
A Péssima Alimentação nas Escolas e Hospitais
by DR. ALEXANDRE FELDMAN on 03/12/2009
Escolas são lugares frequentados por crianças em fase de crescimento e desenvolvimento.
Hospitais são lugares frequentados por indivíduos (inclusive crianças) doentes.
Tanto escolas quanto hospitais deveriam se preocupar ao máximo em oferecer a alimentação mais saudável possível para seus frequentadores.
Com tantas notícias ambíguas sobre o que é uma alimentação saudável, uma coisa é unânime para a ciência: alimentos industrializados, aditivos químicos, corantes, conservantes, emulsificantes, aromatizantes, estabilizantes, adoçantes artificiais, açúcar branco, farinha refinada e óleos oxidados não são saudáveis. Definitivamente.
E é exatamente uma alimentação baseada nos produtos acima que as escolas e hospitais oferecem: bolos, bolachas, milk-shakes “químicos”, coberturas, doces de toda sorte, sucos industrializados, alimentos à base de farinha branca e açúcar refinado, ingredientes como óleos oxidados, aditivos químicos, conservantes etc.
Como é que uma escola pode ter a meta de formar indivíduos bem-sucedidos, se para ser bem-sucedido você precisa antes de mais nada ser saudável, e para ser saudável você precisa aprender a se alimentar?!!!
Como é que um hospital pode ter a meta de recuperar a saúde das pessoas, se oferece alimentos industrializados que roubam nossa energia e prejudicam nossa saúde?
Há uma semana troquei emails com uma nutricionista responsável pelos lanches de uma escola de São Paulo – lanches estes à base de pão francês, pão de forma, bolachas, carnes embutidas geléia industrializada, suco industrializado, bolos, caldas, e nem sequer uma fruta fresca. Sabem o que ela escreveu diante do meu questionamento? Que prioriza alimentos naturais e não refinados em seus cardápios!
Claro que todas as nutricionistas competentes que conheço ficaram tão indignadas quanto eu, quando mostrei a elas essa afirmação associada àquele cardápio de lanches escolares.
Ora, a ingestão de “calorias vazias”, como as que enumerei acima, rouba do organismo das nossas crianças vitaminas do complexo B, necessárias para a absorção destas calorias vazias.
A ingestão de alimentos à base de farinha branca está associada a um risco aumentado de obesidade e diabetes. A razão é simples: eles são fáceis de pegar, comer, possuem sabor agradável e causam saciedade muito passageira.
A ingestão de alimentos à base de farinha branca também está associada a um risco aumentado de cáries dentárias.
As empresas de panificação lançam mão de toda sorte de produtos químicos no intuito de fabricar pães que atendam a uma série de aparentes conveniências, como por exemplo, prolongar a “vida de prateleira”, manter uma aparência de “frescor”, criar uma crosta bem crocante e alaranjada, tornar o processo de produção mais “confiável”, “melhorar” a textura da massa, minimizar a contaminação por microorganismos indesejáveis, etc.
Para obter essas “conveniências”, as empresas de panificação costumam lançar mão de produtos nada saudáveis, como bromatos, usados para “melhorar” a farinha e que são tóxicos porque podem interferir com o metabolismo do iodo causando problemas na glândula tireóide, além de poderem causar câncer. Sim, os bromatos estão proibidos por Lei brasileira desde o início do Século 21, mas quem garante que seu uso não ocorre de maneira clandestina? Há que se ter cuidado para que esse veneno não chegue às nossas crianças. Nem aos nossos doentes nos hospitais. E o melhor cuidado é não oferecer o pão.
Outro exemplo são as margarinas, também conhecidas como gorduras vegetais, fontes de gorduras oxidadas e deformadas – e sim, até mesmo trans –, que podem causar toda sorte de prejuízos à nossa saúde e que são utilizadas quase que obrigatoriamente pelas panificadoras para prolongar a “vida de prateleira” de seus maravilhosos pães, bolachas, pães-de-queijo, bolos etc.
O cardápio dos lanches da maioria das escolas está excessivamente monótono. Quase todos os dias pão branco, bolacha ou bolo ( que se compõe de farinha refinada + açúcar refinado), quase sempre acompanhados de ingredientes industrializados como requeijão ou geléia – e nada de frutas frescas. Com a enorme disponibilidade de frutas frescas, in natura, que temos no Brasil, cada vez menos o cardápio das escolas tem oferecido frutas frescas!!! Mais se parece um cardápio de algum país gelado, sem muitas opções de frutas e com uma indústria alimentícia próspera que NA MINHA OPINIÃO PAUTA, SIM, as tabelas e diretrizes nutricionais que mais lhes convêm para serem seguidas por TODOS, inclusive pelo Brasil, país onde facilmente se encontram frutas in natura. De que outra forma explicar a ausência cada vez maior de alimentos in natura nos lanches das escolas? Na minha cartilha, alimentos in natura são mais saudáveis, nutritivos e adequados a crianças pequenas que “produtos alimentícios” industrializados e refinados. Cada vez mais raramente vejo frutas, muito menos um iogurte natural e integral, no cardápio de escolas e hospitais. Será que nossas crianças e doentes não precisam de probióticos no lanche?
Ingredientes Ocultos
Todos esses pães e bolos, por sua vez, levam margarina ou “gordura vegetal” à base de óleos vegetais os mais ordinários, altamente refinados, interesterificados e consequentemente oxidados, leite reconstituído, vitamina A sintética, mono e diglicerídios (que por uma brecha legal PODEM conter ácidos graxos trans, pois apenas triglicerídios são legalmente considerados como ácidos graxos, inclusive para fins de contagem calórica), lecitina de soja (quase sempre transgênica), benzoato de sódio (que na presença de ácido ascórbico, conservante presente em outros alimentos e também conhecido como vitamina C, se transforma em benzeno, conhecido agente cancerígeno), TBHQ ou butil hidroquinona terciária (que ativa o gene da tioredoxina, substância envolvida no crescimento celular e apoptose - Biochem J. 01/09/2006; 398(Pt 2): 269–277), aroma “idêntico ao natural” de manteiga, entre outros.
Bolachas Industrializadas
Bolachas industrializadas levam, além da gordura vegetal acima, açúcar invertido (ingrediente de altíssimo índice glicêmico que requer a produção de altos picos de insulina pelo pâncreas), xarope de milho de alto teor de frutose (que além de sobrecarregar o pâncreas satura a via metabólica da glicose, pois a frutose-1-fosfato produzida a partir da frutose por ação da frutoquinase hepática gera metabólitos a jusante do passo metabólico regulatório no nível da fosfofrutoquinase – o que significa que as vias que seriam naturalmente moduladas/retardadas por intermediários energéticos que afetam os níveis de fosfofrutoquinase NÃO são moduladas pela frutose), amido, fermento químico, lecitina de soja, enzimas como protease e alfa-amilase (produzidas a partir de microorganismos geneticamente modificados) etc.
Sucos Industrializados
Sucos industrializados podem conter açúcar, fosfato de potássio monobásico, cloreto de sódio (sal), ácido cítrico, benzoato de sódio, sorbato de potássio, “aroma idêntico ao natural” da fruta, reguladores de acidez, corantes artificiais (ex: “vermelho-bordeaux”, “azul brilhante”, etc), antioxidante (ácido ascórbico) (que reage com o benzoato de sódio produzindo benzeno, cancerígeno), extrato de soja (transgênica) etc.
Geléias Industrializadas
Geléias industrializadas podem conter xarope de milho de alto teor de frutose, carragena [cancerígeno de acordo com Environ Health Perspect 109:983-994 (2001)], ácido cítrico, benzoato de sódio, essência artificial de fruta, corantes artificiais potencialmente alergênicos, tartrazina etc.
Nitritos e Glutamato Monossódico
Salsichas e peito de peru, que podem constar no cardápio do lanche dos nossos filhos e dos nossos doentes hospitalizados, são carnes embutidas, altamente industrializadas e nada naturais que contêm nitritos (que no intestino formam nitrosaminas, cancerígenas) e glutamato monossódico.
Os Ingredientes Artificiais Interagem Entre Si
Vimos acima o caso da interação entre o benzoato e o ácido ascórbico, transformando-se em benzeno (cancerígeno). Mas saiba que praticamente não se tem idéia de todas as possíveis interações e consequências, entre tantos e tantos produtos químicos que se encontram em tantos e tantos “produtos alimentícios” diferentes.
Até que ponto se pode garantir que uma dor de cabeça crônica, uma síndrome da fadiga crônica, uma asma, uma síndrome do intestino irritável, uma alergia recorrente, uma doença autoimune, um câncer, não possam decorrer de uma sensibilidade química apresentada por um determinado indivíduo?
Você Pode Mudar Este Cenário!
Se as “autoridades de saúde” não estão tomando as devidas providências, isso não significa que você deve ficar aí parado. Não espere alguém fazer alguma coisa. Faça você. Leia mais. Informe-se. Estude. Questione. Exija cardápios naturais no lanche de seu filho na escola. Junte-se a outras pessoas que pensam como você. A união faz a força. Exija cardápios naturais para seus entes queridos hospitalizados. Se uma boa parte dos consumidores exigir um determinado padrão, um segmento do mercado passará a oferecê-lo. E lembre-se que afinal, você não estará exigindo nenhum absurdo – apenas alimentos in natura nas escolas e hospitais, como carne fresca, frutas e verduras frescas, ovos frescos, enfim, alimentos que sempre estiveram associados à boa saúde desde o início da Humanidade.
4° texto
Coma à vontade! Você pode...Mas lembre-se de que os maus hábitos alimentares
às vezes se tornam um problema para o resto da vida
Quando os filhos chegam à adolescência, muitos pais abrem mão de uma de suas responsabilidades: a de cuidar para que se alimentem direito. Fazem isso convictos de que não há mesmo remédio, visto que jovem só come porcaria. Não é bem assim. Um estudo realizado com alunos de 12 a 18 anos das escolas públicas de São Paulo concluiu que eles comem o mesmo que os adultos, só bebem mais refrigerantes. Outra pesquisa, da Universidade Federal de São Paulo, mostra que os adolescentes de classe média consomem muita gororoba gordurosa na escola, mas fazem as refeições principais em casa. Arroz, feijão, carne e salada, a típica comida doméstica, são uma boa combinação de nutrientes. Na média, um adolescente vai à lanchonete (para engolir a bomba calórica hambúrguer-refrigerante-batata frita) três vezes por semana. Os médicos consideram esse consumo alarmante quando ultrapassa quatro vezes por semana.
Não se deve, em princípio, olhar com horror para o hambúrguer com fritas. No auge do crescimento, entre os 12 e os 15 anos, um jovem pode consumir sem susto 10% mais de calorias diárias que o indicado para um adulto. "O adolescente usa a energia do hambúrguer para esticar, enquanto o adulto certamente vai crescer para os lados", diz o médico Maurício de Souza Lima, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Isso significa que tudo vai bem com os hábitos alimentares da juventude? Também não é bem assim. A proporção de jovens com sobrepeso quadruplicou nos últimos trinta anos e chegou a 14% na faixa etária dos 8 aos 18 anos. A culpa é da vida sedentária e do excesso de comida industrializada, rica em farináceos e gorduras, sobretudo entre a população mais pobre. O efeito perverso do engordamento precoce é o aumento das doenças cardiovasculares e do diabetes tipo 2.
A geração atual é provavelmente a mais preocupada com comida saudável de todos os tempos. Está em alta ser vegetariano, eliminar a carne vermelha do cardápio e preferir produtos com o rótulo diet. Nesse estilo também vale a regra do bom senso: excessos fazem mal à saúde. Quanto mais variada, mais saudável é a alimentação. O maior perigo mora nos maus hábitos, que tendem a se perpetuar. A comida gordurosa não faz mal para quem está crescendo. Mas, com o fim da adolescência, o metabolismo desacelera e o corpo pára de queimar calorias com a mesma eficiência. Se um jovem adulto continuar a comer a mesma quantidade de comida da época de adolescente, será inevitável que fique gordo.
Revista Veja – Edição especial para jovens – julho 2003


5o. texto
Falta de exercícios físicos contribuiu para o aumento da obesidade infantil no Brasil
No dia nacional da Prevenção da Obesidade, comemorado nesta sexta-feira (11), a obesidade infantil é o grande vilão a ser enfrentado. Segundo dados do IBGE, metade das crianças brasileiras (47,8%) entre 5 e 9 anos são obesas ou com sobrepeso. O índice, causado principalmente pela má alimentação e pelo sedentarismo, preocupa os médicos. Afinal, uma criança gordinha tem muitas chances de ser um adulto obeso e, consequentemente, portador de doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão.
“O processo aterosclerótico, que é o depósito de gordura nas artérias, começa na primeira década de vida. Se a criança não tiver uma alimentação adequada ela pode ter problemas cardiovasculares bem mais cedo do que se imagina”, alerta o cardiologista Carlos Alberto Machado, diretor de Promoção da Saúde Cardiovascular da SBC.
É claro que há crianças em que o excesso de peso é causado por fatores genéticos, e, logo, a fome é mais difícil de controlar. Mas, embora interromper a força genética ainda não seja possível, evitar maus hábitos e promover boas práticas é uma fórmula que tem mostrado grandes resultados.
“Hoje em dia as crianças passam cerca de seis horas por dia no computador, videogame ou vendo TV, além do padrão alimentar da população brasileira estar mudando: as pessoas estão deixando de comer arroz, feijão e verduras para comer alimentos super industrializados e carnes gordurosas”, completa Machado.
A pediatra e nutróloga Christiane Araújo Chaves Leite, membro do departamento científico da Sociedade Brasileira de Nutrologia, afirma que o ambiente em que a criança está também favorece o ganho de peso. “Às vezes ela vive em um ambiente obesogênico, onde ninguém se alimenta de maneira saudável, todos consomem muitos alimentos gordurosos e açucarados. Essa forma de vida é determinadora da obesidade”.
Um mau exemplo com consequências muito sérias, já que, como explica a endocrinologista Maria Edna de Melo, diretora da Abeso, se a criança é obesa na primeira infância (até cerca de seis anos), ela tem um risco maior de ser obesa na fase adulta. Se ela, porém, emagrece na adolescência, a tendência de ter excesso de peso na vida adulta reduz. “Mas, se a obesidade persiste na adolescência, as chances da condição se arrastar para a maturidade são enormes”, afirma a endocrinologista.
“Parabéns, filho. Você limpou o prato”
Ver seu bebê gordinho e com dobrinhas nas pernas é motivo de alegria para muitos pais, mas, para que a criança não tenha sobrepeso, é preciso cuidar da alimentação praticamente desde a saída da maternidade. “Desde cedo não é aconselhável comer chocolate ou exagerar nos doces. Quanto mais a ingestão desses alimentos for retardada, melhor para a criança, pois assim vai aprender a comer frutas, legumes, verduras, arroz, feijão e carne”, explica Christiane, da Sociedade Brasileira de Nutrologia.
Quando crescem um pouquinho, muitos pais premiam as crianças quando elas comem bastante e preocupam-se quando o filho recusa comida. A pediatra Christiane afirma que isso é um erro, pois assim a criança estará sendo forçada a comer maiores porções e fazer disso um hábito.
“É possível confiar na saciedade da criança, mas é preciso prestar atenção no que ela come durante o dia. Se ela fez um lanche muito farto e próximo do horário do jantar, ela realmente vai estar saciada e não se deve insistir. O melhor, porém, é fazer lanches leves para que a criança chegue até a refeição principal com apetite”, explica, ressaltando que essa refeição deve ser balanceada. “Se a criança está comendo menos, mas mantém um bom peso e boa estatura, não há motivos para preocupação”, afirma a nutróloga.
Para a endocrinologista, existem aquelas crianças que são um “saquinho sem fundo”, com um apetite insaciável. Para estas, ela recomenda que, se a criança pedir para repetir o prato, que a segunda porção também seja balanceada como a primeira. “Se na primeira vez ela comeu arroz, feijão, carne e verduras, na segunda vez ela não pode repetir só a carne, o arroz e o feijão, mas sim também as verduras, assim a quantidade da refeição não ficará muito calórica e continuará nutritiva”, explica, lembrando sempre da fruta como sobremesa.
A referência visual de crianças em peso ideal e em sobrepeso é, muitas vezes, errônea. Segundo a endocrinologista, 90% das pessoas acham que uma criança em peso normal está muito magra. “É preciso verificar o Índice de Massa Corporal (IMC) de acordo com a idade antes de afirmar se a criança está muito magra”, explica.

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TEXTOS PERSUASIVOS
A 7a.B realizou um trabalho com o uso de frases com verbos imperativos.
A sala foi dividida em grupos e cada grupo deveria inventar algo ( que não existisse ) que pudesse "facilitar" a vida.
O grupo que mais se destacou foi o de Ana Carolina que criou o "Passe da Juventude", com ele, os jovens poderiam ter acesso livre a tudo o que os interessa!!!!

Frente e verso do Passe da Juventude!





segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Felicidade Clandestina



Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas. Como se não bastasse enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria.

Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartão-postal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima palavras como “data natalícia” e “saudade”.

Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia.

Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato.

Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.

Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança da alegria: eu não vivia, eu nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.

No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiava-me a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez.

Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono de livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do “dia seguinte” com ela ia se repetir com meu coração batendo.

E assim continuou. Quanto tempo? Não sei. Ela sabia que era tempo indefinido, enquanto o fel não escorresse todo de seu corpo grosso. Eu já começara a adivinhar que ela me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra.

Quanto tempo? Eu ia diariamente à sua casa, sem faltar um dia sequer. Às vezes ela dizia: pois o livro esteve comigo ontem de tarde, mas você só veio de manhã, de modo que o emprestei a outra menina. E eu, que não era dada a olheiras, sentia as olheiras se cavando sob os meus olhos espantados.

Até que um dia, quando eu estava à porta de sua casa, ouvindo humilde e silenciosa a sua recusa, apareceu sua mãe. Ela devia estar estranhando a aparição muda e diária daquela menina à porta de sua casa. Pediu explicações a nós duas. Houve uma confusão silenciosa, entrecortada de palavras pouco elucidativas. A senhora achava cada vez mais estranho o fato de não estar entendendo. Até que essa mãe boa entendeu. Voltou-se para a filha e com enorme surpresa exclamou: mas este livro nunca saiu daqui de casa e você nem quis ler!

E o pior para essa mulher não era a descoberta do que acontecia. Devia ser a descoberta horrorizada da filha que tinha. Ela nos espiava em silêncio: a potência de perversidade de sua filha desconhecida e a menina loura em pé à porta, exausta, ao vento das ruas de Recife. Foi então que, finalmente se refazendo, disse firme e calma para a filha: você vai emprestar o livro agora mesmo. E para mim: “E você fica com o livro por quanto tempo quiser. ”Entendem? Valia mais do que me dar o livro: pelo tempo que eu quisesse ” é tudo o que uma pessoa, grande ou pequena, pode ter a ousadia de querer.

Como contar o que se seguiu? Eu estava estonteada, e assim recebi o livro na mão. Acho que eu não disse nada. Peguei o livro. Não, não saí pulando como sempre. Saí andando bem devagar. Sei que segurava o livro grosso com as duas mãos, comprimindo-o contra o peito. Quanto tempo levei até chegar em casa, também pouco importa. Meu peito estava quente, meu coração pensativo.

Chegando em casa, não comecei a ler. Fingia que não o tinha, só para depois ter o susto de o ter. Horas depois abri-o, li algumas linhas maravilhosas, fechei-o de novo, fui passear pela casa, adiei ainda mais indo comer pão com manteiga, fingi que não sabia onde guardara o livro, achava-o, abria-o por alguns instantes. Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar… havia orgulho e pudor em mim. Eu era uma rainha delicada.

Às vezes sentava-me na rede, balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com o seu amante.

Clarice Lispector
Felicidade clandestina. Rio de Janeiro: Rocco, 1998.

Antologia poética - Poemas escolhidos pela 8a. C

Os alunos da 8a. série C  escolheram os seguintes poemas para que fizessem parte de sua antologia poética.

Significado de Antologia
s.f. Coleção de trechos escolhidos, literários ou musicais; florilégio, coletânea.

Vitor, Ketlyn Regina e Vinicius Gomes escolheram:

Soneto do amigo

Los Angeles


Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica... 

Vivicius de Morais
Los Angeles, 1946.

Gabriel escolheu:

A canção de Romeu
 Abre a janela... acorda!
Que eu, só por te acordar,
Vou pulsando a guitarra, corda a corda,
Ao luar!

As estrelas surgiram
Todas: e o limpo véu,
Como lírios alvíssimos, cobriram
Do céu.

De todas a mais bela
Não veio inda, porém:
Falta uma estrela... És tu! Abre a janela,
E vem!
(...)
 Olavo Bilac 

Leonardo Zabara escolheu:

Os ventos que às vezes tiram
algo que amamos, são os
mesmos que trazem algo que
aprendemos a amar...
Por isso não devemos chorar
pelo que nos foi tirado e sim,
aprender a amar o que nos foi
dado.Pois tudo aquilo que é
realmente nosso, nunca se vai
para sempre...

Bob Marley


Rodolfo escolheu:

A serra do rola-moça

A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não...
Eles eram do outro lado,
Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo.
Antes que chegasse a noite
Se lembraram de voltar.
Disseram adeus pra todos
E se puserem de novo
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo.
(...)

Mário de Andrade

Estefani escolheu:
Tomara
Tomara
Que você volte depressa
Que você não se despeça
Nunca mais do meu carinho
E chore, se arrependa
E pense muito
Que é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho

Tomara
Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais
Vinicius de Moraes


Beatriz  escolheu:

Ah, só eu sei

Ah, só eu sei
Quanto dói meu coração
Sem fé nem lei,
Sem melodia nem razão.

Só eu, só eu,
E não o posso dizer
Porque sentir é como o céu,
Vê-se mas não há nele que ver.

Fernando Pessoa

Alessandra escolheu:


Soneto do amor total
Rio de Janeiro

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade

Amo-te afim, de um calmo amor prestante,
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim muito e amiúde,
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.
Vinicius de Morais


Rio de Janeiro, 1951.

Kauê escolheu:

Presságio

O AMOR, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente...
Cala: parece esquecer...

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
P'ra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...24/04/1928

 Fernando Pessoa




Vinicius Freitas escolheu:

O amor é o sentimento dos seres imperfeitos, posto que a função do amor é levar o ser humano à perfeição. Como são sábios aqueles que se entregam às loucuras do amor!
Joshua Cooke


Recomeçar

Não importa onde você parou,
em que momento da vida você cansou,
o que importa é que sempre é possível
e necessário "Recomeçar".

Recomeçar é dar uma nova
chance a si mesmo.
É renovar as esperanças na vida
e o mais importante:
acreditar em você de novo.

Sofreu muito nesse período?
Foi aprendizado.

Chorou muito?
Foi limpeza da alma.

Ficou com raiva das pessoas?
Foi para perdoá-las um dia.

Sentiu-se só por diversas vezes?
É por que fechaste a porta até para os outros.

Acreditou que tudo estava perdido?
Era o início da tua melhora.

Pois é!
Agora é hora de iniciar,
de pensar na luz,
de encontrar prazer nas coisas simples de novo.

Que tal um novo emprego?
Uma nova profissão?
Um corte de cabelo arrojado, diferente?
Um novo curso,
ou aquele velho desejo de aprender a pintar,
desenhar,
dominar o computador,
ou qualquer outra coisa?

Olha quanto desafio.
Quanta coisa nova nesse mundão
de meu Deus te esperando.

Tá se sentindo sozinho?
Besteira!
Tem tanta gente que você afastou
com o seu "período de isolamento",
tem tanta gente esperando apenas um
sorriso teu para "chegar" perto de você.

Quando nos trancamos na tristeza nem
nós mesmos nos suportamos.
Ficamos horríveis.
O mau humor vai comendo nosso fígado,
até a boca ficar amarga.

Recomeçar!
Hoje é um bom dia para começar
novos desafios.

Onde você quer chegar?
Ir alto.
Sonhe alto,
queira o melhor do melhor,
queira coisas boas para a vida.
pensamentos assim trazem para nós
aquilo que desejamos.

Se pensarmos pequeno,
coisas pequenas teremos.

Já se desejarmos fortemente o melhor
e principalmente lutarmos pelo melhor,
o melhor vai se instalar na nossa vida.

E é hoje o dia da Faxina Mental.

Joga fora tudo que te prende ao passado,
ao mundinho de coisas tristes,
fotos,
peças de roupa,
papel de bala,
ingressos de cinema,
bilhetes de viagens,
e toda aquela tranqueira que guardamos
quando nos julgamos apaixonados.
Jogue tudo fora.
Mas, principalmente,
esvazie seu coração.
Fique pronto para a vida,
para um novo amor.

Lembre-se somos apaixonáveis,
somos sempre capazes de amar
muitas e muitas vezes.
Afinal de contas,
nós somos o "Amor".
Paulo Roberto Gaefke






Gustavo escolheu:
Não sei quantas almas tenho 
Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.


Fernando Pessoa


Willyane escolheu:

Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 

Luís Vaz de Camões

Joaquim escolheu:

"Com o tempo, você vai percebendo que,
para ser feliz com uma outra pessoa você precisa,
em primeiro lugar,
não precisar dela...
Você aprende a gostar de você,
a cuidar de você, principalmente,
a gostar de quem também gosta de você.
O segredo é não correr atrás das borboletas...
é cuidar do jardim
para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando...
mas quem estava procurando por você!"

Mario Quintana
Larissa escolheu:

Eu Não Existo Sem Você
Eu sei e você sabe, já que a vida quis assim
Que nada nesse mundo levará você de mim
Eu sei e você sabe que a distância não existe
Que todo grande amor só é bem grande se for triste
Por isso, meu amor, não tenha medo de sofrer
Pois todos os caminhos me encaminham prá você
Assim como o oceano só é belo com o luar
Assim como a canção só tem razão se se cantar
Assim como uma nuvem só acontece se chover
Assim como o poeta só é grande se sofrer
Assim como viver sem ter amor não é viver
Não há você sem mim, eu não existo sem você

Vinícius de Morais

domingo, 26 de maio de 2013

Auto da Lusitânia, de Gil Vicente

O Auto da Lusitânia, uma das últimas peças de Gil vicente, foi escrito em 1531 e representado pela primeira vez em 1532, perante a corte de D. João III quando nasceu seu filho, D. Manuel.

A peça trata das bodas de Lusitânia e Portugal (personagens mitológicos), mas Gil Vicente, como muitas vezes faz, mistura no enredo e nos diálogos muitos temas, personagens, e cenas que constituem como "diversões" à margem do tema maior.

Lusitânia é filha de Lisibea (Lisboa) e do Sol, e por ela se apaixonou um caçador grego de nome Portugal. Quando os amores parecem desencaminhar-se, acorrem às deusas (diesas) gregas, com cuja proteção se decide então o casamento. Este o tema, que se desenrola da seguinte maneira: comça o auto com vários diálogos e recitativos de pessoas comuns acerca dos assuntos de amor e outros, alguns picarescos como convém a uma farsa, até que entra em cena o Licenciado, que faz o papel de narrador e representa Gil Vicente; ele introduz o tema das bodas dizendo que o Sol viu Lisibea nua sem nenhuma cobertura (...) e houve dela uma filha tão ornada se sua luz, que lhe puseram nome Lusitânia, que foi diesa e senhora desta Província. Passados tempos, um famoso cavaleiro grego de nome Portugal ouviu falar da boa caça na serra de Sintra (serra da Solércia), e como este Portugal, todo fundado em amores, visse a formosura sobrenatural de Lusitânia, filha do Sol, improviso se achou perdido por ela.

O texto tem ressonâncias no presente de Gil Vicente, que busca formar um panorama de sua terra, apreendendo a totalidade de suas raízes culturais.

Auto da Lusitânia classifica-se como uma fantasia alegórica. A peça é dividida em duas partes distintas:

- na primeira parte, assiste-se às atribuições de uma família judaica;

- na segunda parte, assiste-se ao casamento de Portugal, cavaleiro grego, com a princesa Lusitânia. Dois demônios, Belzebu e Dinato, que aparecem no texto vêm presenciar o casamento e escutam o diálogo entre Todo o Mundo e Ninguém.

O autor deu o nome de Todo o Mundo e Ninguém às suas personagens principais desta cena. Pretendeu com isso fazer humor, caracterizando o rico mercador, cheio de ganância, vaidade, petulância, como se ele representasse a maioria das pessoas na terra (todo o mundo). E atribuindo ao pobre, virtuoso, modesto, o nome de Ninguém, para demonstrar que praticamente ninguém é assim no mundo.

"Todo o Mundo" era um rico mercador, e "Ninguém", um homem pobre. Belzebu e Dinato tecem comentários espirituosos, fazem trocadilhos, procurando evidenciar temas ligados à verdade, à cobiça, à vaidade, à virtude e à honra dos homens. 

Vejamos:

Entra Todo o Mundo, rico mercador, e faz que anda buscando alguma cousa que perdeu; e logo após, um homem, vestido como pobre. Este se chama Ninguém e diz:

Ninguém: Que andas tu aí buscando?

Todo o Mundo: Mil cousas ando a buscar:
                         delas não posso achar,
                         porém ando porfiando

                         por quão bom é porfiar. 

Ninguém: Como hás nome, cavaleiro?

Todo o Mundo: Eu hei nome Todo o Mundo
                         e meu tempo todo inteiro
                         sempre é buscar dinheiro
                         e sempre nisto me fundo.


Ninguém: Eu hei nome Ninguém,
               e busco a consciência.


Belzebu: Esta é boa experiência:
             Dinato, escreve isto bem.


Dinato: Que escreverei, companheiro? 

Belzebu: Que Ninguém busca consciência.
              e Todo o Mundo dinheiro.


Ninguém: E agora que buscas lá? 

Todo o Mundo: Busco honra muito grande.

Ninguém: E eu virtude, que Deus mande
               que tope com ela já.


Belzebu: Outra adição nos acude:
              escreve logo aí, a fundo,
              que busca honra Todo o Mundo
              e Ninguém busca virtude.


Ninguém: Buscas outro mor bem qu'esse?

Todo o Mundo: Busco mais quem me louvasse
                         tudo quanto eu fizesse.


Ninguém: E eu quem me repreendesse
               em cada cousa que errasse.


Belzebu: Escreve mais.

Dinato: Que tens sabido? 

Belzebu: Que quer em extremo grado
              Todo o Mundo ser louvado,
              e Ninguém ser repreendido.


Ninguém: Buscas mais, amigo meu? 

Todo o Mundo: Busco a vida a quem ma dê.

Ninguém: A vida não sei que é,
               a morte conheço eu.


Belzebu: Escreve lá outra sorte.

Dinato: Que sorte? 

Belzebu: Muito garrida:
              Todo o Mundo busca a vida
              e Ninguém conhece a morte.


Todo o Mundo: E mais queria o paraíso,
                         sem mo Ninguém estorvar.


Ninguém: E eu ponho-me a pagar
               quanto devo para isso.


Belzebu: Escreve com muito aviso.

Dinato: Que escreverei?

Belzebu: Escreve
              que Todo o Mundo quer paraíso
              e Ninguém paga o que deve.


Todo o Mundo: Folgo muito d'enganar,
                         e mentir nasceu comigo.


Ninguém: Eu sempre verdade digo
               sem nunca me desviar.


Belzebu: Ora escreve lá, compadre,
              não sejas tu preguiçoso.


Dinato: Quê?

Belzebu: Que Todo o Mundo é mentiroso,
              E Ninguém diz a verdade.


Ninguém: Que mais buscas?

Todo o Mundo: Lisonjear.

Ninguém: Eu sou todo desengano.

Belzebu: Escreve, ande lá, mano.

Dinato: Que me mandas assentar?

Belzebu: Põe aí mui declarado,
              não te fique no tinteiro:
              Todo o Mundo é lisonjeiro,

              e Ninguém desenganado.

Fonte:http://www.passeiweb.com