terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Figuras de Linguagem I

Figuras de Linguagem
Construindo o conceito

Leia este poema:

MENINA NA JANELA

A LUA É UMA GATA BRANCA ,
MANSA ,
QUE DESCANSA ENTRE AS NUVENS .

O SOL É UM LEÃO SEDENTO ,
MULAMBENTO ,
QUE RUGE NA MINHA RUA .

EU SOU UMA MENINA BELA ,
NA JANELA ,
DE UM OLHAR SEMPRE À PROCURA .
Sérgio Capparelli






Mais exemplos de metonímias:
. a parte pelo todo:
Mil olhos apreensivos seguiam a partida de futebol. (pessoas, torcedores)

. o singular pelo plural:
O brasileiro é bem-humorado. ( os brasileiros )

. a matéria pelo objeto:
A um sinal do maestro, os metais iniciaram o concerto. ( instrumentos de sopro feitos de metal )

Antítese: consiste na aproximação de termos contrários, de palavras que se opõem pelo sentido.
“Os jardins têm vida e morte.”

Ironia: é a figura que apresenta um termo em sentido oposto ao usual, obtendo-se, com isso, efeito crítico ou humorístico.
“A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças.”

Eufemismo: consiste em substituir uma expressão por outra menos brusca; em síntese, procura-se suavizar alguma afirmação desagradável.
Ele enriqueceu por meios ilícitos. (em vez de ele roubou)

Hipérbole: trata-se de exagerar uma ideia com finalidade enfática.
Estou morrendo de sede. (em vez de estou com muita sede)

Prosopopeia ou personificação: consiste em atribuir a seres inanimados predicativos que são próprios de seres animados.
O jardim olhava as crianças sem dizer nada.

Paradoxo (do Grego, parádoksos = estranho, extraordinário)

Paradoxo é a reunião de idéias contraditórias e aparentemente inconciliáveis, num só pensamento, o que nos leva a expressar uma verdade com aparência de mentira. Quando falamos, por exemplo:

● Eles são ricos pobres.

Tanto "rico" quanto "pobre" são adjetivos que se referem ao sujeito [eles]. Os dois adjetivos pertencem a uma mesma unidade da frase, ambos qualificam um mesmo ser. Mas estes dois adjetivos têm sentidos opostos.Estamos a conciliar dois julgamentos distintos: pensamos na riqueza deles porque têm dinheiro, mas simultaneamente na pobreza, por sabermos do vazio de vida que vivem, ou da aridez de alma.

Todo o paradoxo, em última análise, encerra uma antítese, porém uma antítese especial, que em vez de opor, enlaça idéias contrastantes:Antítese: Eu sou velho, você é moço. Paradoxo: Eu sou um velho moço.

O paradoxo revela-nos que a conciliação de contrários é possível e, por vezes, indispensável para se exprimir a verdade. Exemplos de paradoxos modernos: Inocente culpa / lúcida loucura / silêncio eloquente / ditadura democrática / ilustre desconhecido / um silêncio ensurdecedor / um supérfluo essencial / boatos fidedignos / espontaneidade calculada / mentiras sinceras / É proibido proibir. / Foi sem querer, querendo.

Quando Camões em célebre soneto sobre as contradições do amor, disse que esse sentimento:

“Amor é fogo que arde sem se ver, / É ferida que dói, e não se sente;

É um contentamento descontente, / É dor que desatina sem doer.”

Criou um dos mais bonitos paradoxos do lirismo português.









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